Sócrates promove o trabalho precário Francisco Louçã, que falava num comício em Matosinhos, considerou que a atitude de José Sócrates foi «uma exibição de demagogia política, desprezo e desinteresse que equivale a uma forma de insulto aos portugueses». «O primeiro-ministro voltou de férias e escolheu, no primeiro dia do último ano do seu mandato, falar de desemprego e prometeu que agora sim, o seu Governo quer resolver o problema, está empenhado, até tem uma solução», disse Louçã face a algumas dezenas de apoiantes. «Prometeu empregos para daqui a um ano. Mas de que tipo? Daqueles que dão direitos, que permitem uma carreira? Não. Veio apresentar empregos precários. Um 'call-center' é um conjunto de pessoas que se juntam num salão às centenas para atender telefones», acrescentou. Com a agravante, disse, dos seus contratos nem serem assinados com a Portugal Telecom mas «com uma empresa de trabalho precário da própria PT, que fica com uma parte do seu salário». «É preciso lata para se inventar uma forma destas de exploração», disse Louçã, que acusou Sócrates de «insensibilidade por aparecer lado a lado» com os responsáveis por essa situação, falando de empregos onde o primeiro-ministro «não aceitaria trabalhar um dia que fosse». A política laboral do Governo, acusou Francisco Luçã, conduziu ao surgimento da «geração 500 euros», que dificilmente conseguirá ganhar mais do que aquele valor, por mais capacidades que tenha. A situação agrava-se, sublinhou Louçã, quando «o Governo vem afirmar que não há condições para aumentar salários ou pensões mas depois mostra-se carinhoso e atencioso para com alguns que já têm muito». O dirigente bloquista apontou o exemplo de Américo Amorim que, «num ano, se tornou no homem mais rico do País» por ter comprado, «num negócio da China com José Sócrates», um terço da Galp que lhe permitiu subir a sua fortuna pessoal para três mil milhões de euros, um valor que «um jovem demoraria 500 mil anos a conseguir ganhar». «Num só ano, o que comprou ao Governo e que era nosso, feito com o dinheiro de todos nós, valorizou-se em 1.500 milhões de euros. Américo Amorim duplicou a sua fortuna. Sempre que o ministro das Finanças disser que nem pensar em aumentar salários ou pensões, lembrem-se que há uma pessoa a quem o Governo gosta de aumentar», disse Louçã. Para contrapor a esta situação, o BE quer colaborar na criação, até às eleições de 2009, de um «movimento popular socialista, de esquerda, de confiança, totalmente empenhado» na resolução dos problemas sociais dos portugueses. Francisco Louçã aludiu aos «socialistas que, como Manuel Alegre, têm denunciado as condições de trabalho» no País e aos que perguntam: «Não é hora de devolverem o nosso voto?». Quanto a saber se o BE tem condições para ganhar em 2009, Louçã respondeu que o Bloco «ganhará quando merecer ganhar e conseguir a confiança dos portugueses». «Numa altura em que não pode confiar-se nos governos, já só confiamos na capacidade da luta popular. Temos que ganhar. A luta contra a precariedade tem que ganhar», acrescentou. Lusa / SOL
quarta-feira, agosto 20, 2008
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Precariedade
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