sábado, julho 05, 2008

Maria Filomena Mónica desvenda a construção da grande mentira (parte 2)

Faltava-me ler, com atenção, as instruções que o Ministério enviou aos professores encarregues de corrigir os exames. Escolhi o caso do exame de Português do 12.º ano. O que vi – quadradinhos com “níveis de desempenho”, listas com os “cenários de resposta” e grelhas com a “correspondência correcta” – deixou-me estarrecida. É certo que as instruções foram transcritas pelos jornais, mas, desacompanhadas dos exames, o leitor não tinha oportunidade de se aperceber da monstruosidade do esquema.

Não contente com a interferência na vida das escolas, o poder central entendeu por bem vigiar os examinadores de forma maníaca, não os deixando desviar uma linha do que os burocratas consideram “a” resposta correcta. Leia o resto no Público Online.


Comentário

Foi mesmo disso que se tratou: controlar e vigiar os correctores dos exames. Os professores correctores do exame de Matematica do 12º ano tiveram 2 reuniões com os controladores que duraram duas tardes. Nessas reuniões, foram sujeitos a uma espécie de lavagem ao cérebro com a indicação de instruções detalhadas sobre cada item e de como o classificar. O objectivo foi não deixar qualquer margem de liberdade aos professores e de os orientar no sentido de cumprirem atá ao mais pequeno promenor todas as instruções previamente emitidas. É caso para dizer que é dar demasiado poder a um conjunto de controladores pouco cultos e muito empreendedores. Esse é o maior perigo: juntar a ignorância com o empreendedorismo. Como disse há dias o chefe deles: "num mundo em mudança, o pior é ficar parado". É preciso mudar de posição, nem que seja para dar uns passos em direcção ao precipício.
Blog Ramiro Marques

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