A cobrança de portagens na Via do Infante (A22) e o princípio da “discriminação positiva”, aprovados na quinta-feira pelo Governo, foram hoje fortemente criticados por autarcas algarvios e pela Comissão de Utentes da A22, que consideram a situação "insustentável".
A falta de alternativas à A22 (autoestrada), o atraso "de anos" nas obras de requalificação da EN125 (estrada nacional), os cortes das obras públicas nas estradas e a "armadilha" nos princípios da universalidade e do utilizador pagador, que garantem isenções e descontos num "curto espaço temporal" são as principais críticas apontadas.
Para João Vasconcelos, da Comissão de Utentes da Via do Infante, esta medida é "uma falácia" e "uma mistificação" com duração limitada que não resolve o problema essencial - "a ausência de alternativas à Via do Infante", agravada pela “paragem” da requalificação da EN 125.
No mesmo sentido, o presidente da Câmara de Portimão, Manuel da Luz, referiu à Lusa que o regime de discriminação positiva está "armadilhado" com uma "perspetiva temporal limitada" e de "curto prazo."
"Se formos a ver bem, esta medida vai durar, na prática, um, dois, três anos, e depois? Isto não resolve a questão de fundo, que é não haver uma razão fundamentada para a instalação de portagens na A22 e de a EN125, que é uma rua que atravessa o Algarve, não constituir uma alternativa à A22", concluiu.
Para o presidente da Câmara Municipal de Faro, Macário Correia, o que parece estar a ser desenhado "é um processo de introdução das portagens sem a requalificação da EN125, o que vai criar problemas de sinistralidade que colocam riscos acrescidos à vida dos condutores".
O autarca farense prevê "filas e entradas de cidades congestionadas nas horas de ponta" e vê com "muita preocupação" a lentidão das obras de requalificação da EN125, que "vão levar, no mínimo, dois anos a estar concluídas".
Macário Correia alertou que se tem vindo a ponderar "cenários" que levam a algo "mais drástico", referindo-se aos cortes que o Governo pretende fazer "na ordem dos 1.000 milhões de euros" em obras já lançadas em algumas estradas.
"O secretário de Estado das Obras Públicas transmitiu-me, esta quinta feira, que o Governo estava a analisar a situação delicada do Algarve e a fazer um esforço de reflexão para que não houvesse alterações substantivas, àquilo que é o processo da obra na EN125", afirmou o autarca, acrescentando que, por não haver "uma via alternativa no Algarve", espera que esses cortes não se façam sentir.
segunda-feira, outubro 31, 2011
Ajuste do acordo com a troika é para beneficiar a banca, diz Louçã
Coordenador do Bloco de Esquerda acusa Passos Coelho de admitir ajustes do memorando única e simplesmente para financiar os bancos, e diz que a greve geral representa o "renascer da democracia".
Greve geral será o “momento culminante do renascer da democracia”, diz Louçã. Foto de Paulete Matos
O coordenador do Bloco referia-se a declarações do primeiro-ministro em Assunção, no Paraguai, onde participou na Cimeira Ibero-Americana, quando anunciou que vai propor ajustamentos ao programa de assistência económica e financeira firmado com a troika em Novembro, “tendo em conta o cenário macroeconómico e a evolução das principais variáveis desde o momento em que o programa foi desenhado e aprovado e o momento presente”.
Para Louçã, "os ajustamentos são única e simplesmente sobre a forma de financiar a banca. Não há nenhum outro ajustamento que Pedro Passos Coelho conceba", observando que até agora, para o primeiro-ministro, o acordo com a troika era "sacrossanto, não se podia mexer uma vírgula, mas agora, se a banca exige fundos e liquidez, apoio e subsídios", então já se está "na época de ajustamentos", ironizou.
O deputado do Bloco observou que Pedro Passos Coelho tem tido a técnica de anunciar em prime-time de telejornal cortes nos subsídios e alterações às regras da vida social. “Depois, quanto está no estrangeiro, vai precisando, corrigindo. E, quanto mais longe está de Portugal, pior é a explicação", disse, acrescentando: "Bem gostaria que o primeiro-ministro não fosse mais longe do que Badajoz, porque, quando chega ao Paraguai, já está a falar num novo regime económico e social, para além dos cortes nos subsídios de férias e de Natal. Provavelmente – diz ele –, esses cortes virão a ser eternos, porque há países que só têm 12 meses [de prestações salariais], caso da Holanda. Mas esquece-se de dizer que na Holanda em 12 meses se ganha três vezes o que um trabalhador português ganha em 14".
Apelo à adesão dos trabalhadores da banca e comerciantes à greve geral
O coordenador do Bloco de Esquerda fez um apelo aos trabalhadores dos setores bancário e do comércio para que adiram em massa à greve geral de 24 de Novembro, que considerou ser “o momento culminante do renascer da democracia”.
"Renascer a democracia é pôr a democracia onde ela deve estar, porque a democracia é das pessoas, para as pessoas e pelas pessoas. Este país tem de ter o dia da dignidade para se opor à brutalização da vida social", disse o deputado do Bloco de Esquerda, que enfatizou que terá de haver "um persistente trabalho" para fazer a greve geral.
"Sabemos dos pontos fracos das greves anteriores: A banca não fechou e o comércio não fechou. Estamos convencidos que, hoje, um trabalhador de um banco tem muito mais razões para estar na greve e que um comerciante tem todas as razões para ser solidário com ela, porque vão destruir o comércio com o aumento do IVA dos 13 para 23 por cento", concluiu Francisco Louçã.
sexta-feira, outubro 28, 2011
Portagens na Via do Infante: "Que a voz popular não se cale quando tem razão"
A AR debateu nesta sexta feira uma petição dos movimentos contra as portagens na A22 e um projecto de lei do Bloco de Esquerda para a isenção de portagens nessa via. Na intervenção de apresentação do projecto, a deputada Cecília Honório afirmou: "Que a voz popular não se cale quando tem razão".
Artigo | 28 Outubro, 2011 - 17:58
Foto de “Algarve-Portagens-na-A22-NÃO” no facebook
A deputada Cecília Honório, que apresentou o projecto, relembrou os argumentos contra as portagens, nomeadamente a falta de alternativas rodoviárias e as “razões de emergência social”.
A deputada do Bloco sublinhou que “a região tem a maior taxa de desemprego e de pedidos de ajuda de famílias para sobreviver”, frisando que “a introdução de portagens é escavar a crise sobre a crise e aumentar a pobreza”.
Nas galerias da AR, um grupo de pessoas dos movimentos contra as portagens assistiu ao debate. Em declarações à comunicação social, João Vasconcelos, do movimento e um dos peticionários, antecipou o chumbo do projecto de lei do Bloco e disse: “Lamentamos. A intervenção do PS foi condicionada à requalificação da estrada nacional 125, que nunca será alternativa. Pelo PSD não houve declarações por deputados do Algarve, o que achamos estranho”.
João Vasconcelos considerou que está em causa uma “catástrofe social”, referiu que “se não for a morte lenta, haverá uma grave crise no turismo” e salientou que os movimentos vão continuar a lutar contra as portagens na Via do Infante.
No mesmo sentido intervieram também os deputados Paulo Sá, do PCP, e Heloísa Apolónia, dos Verdes.
O deputado do PSD Paulo Cavaleiro declarou que “alguém tem de pagar”.
segunda-feira, outubro 24, 2011
O ASSALTO AO TESOURO DE KADAFI
Quando em Agosto deste ano, no início da intervenção armada da NATO no conflito líbio, afirmámos nas páginas da Tertúlia Plural que «…a estória da disputa pelo controlo do petróleo não é mais que fumo atirado para os olhos dos incautos.», [in Kadafi – A Queda de um Beduíno, 22/08/2011], estávamos conscientes e sabedores de que a verdade haveria de ver a luz do dia após a morte do ditador, só que, não nos cabia - não cabe - a nós contar a estória dos próximos capítulos desta espécie de telenovela mexicana dobrada em brasilês.
Os motivos do desaire do líbio são bem mais prosaicos: - A necessidade premente da Europa Comunitária e dos Estados Unidos da América (a braços com uma grave crise económica sistémica) de deitarem a mão ao património, aos depósitos bancários e outros ativos financeiros que Kadafi deixou em países como a Itália, França, Áustria, Finlândia, Alemanha, Grã-Bretanha, Portugal, Espanha, Malta, EUA, Egipto, Tunísia, Omã e várias outras nações africanas.
Segundo o vespertino Los Angeles Times, o ex-ditador enviou para fora da Líbia ao longo de mais de quarenta anos no poder, uma quantia estimada em 200 mil milhões de dólares distribuídas pelos quatro cantos do mundo. É neste contexto – de acordo com o periódico The Telegraph - que o governo da Grã-Bretanha congelou várias contas bancárias, património imobiliário e participações em empresas, detidas nesse país, valor estimado em 20 mil milhões de euros. Na Alemanha tinha um património de mais de seis mil milhões de euros, incluindo participações na Siemens e na BASF; em Itália, possuía ações nas entidades bancárias UniCredit e Fimeccanica; na Áustria detinha 10% do capital da maior fábrica de tijolos do mundo; na Finlândia era detentor de forte participação na Nokia; nos EUA Kadafi possuía mais de 30 mil milhões de dólares em ativos, que contemplam depósitos bancários – atualmente congelados - participações na Exxon Mobill, General Electric, Caterpillar e Citigroup entre outros; detinha 24% da Circle Oil Plc, que é o maior fornecedor de gás natural para o Egipto, Marrocos, Namíbia, Omã e Tunísia.
Já em Portugal – tanto quanto se sabe até ao momento – de acordo com o matutino Público, o beduíno deixou depositados na Caixa Geral de Depósitos um bilião e trezentos milhões de euros (1 bilião, oitocentos e quarenta e cinco milhões de dólares). Ainda de acordo com este periódico, datado de 24 de Outubro, o dinheiro encontra-se em «quatro contas que foram congeladas em Março deste ano ao abrigo das sanções internacionais contra o regime de Kadafi». Este dinheiro foi depositado em 2008.
Recordamos a pertinente notícia da Agência Lusa de 31 de Agosto de 2010: «O primeiro ministro visita a Líbia, quarta feira, pela quarta vez nos últimos cinco anos e meio, frequência que traduz a aposta política do Governo português na intensificação das relações económicas com este país do Magreb».
É bom recordarmos-nos que até aos alvores deste ano, Kadafi, um sanguinário ditador e terrorista, antes reciclado e apaparicado como velho amigalhaço da França, Reino Unido, EUA e outros, era tratado pelo governo de Sócrates com deferência, ou antes, reverência com laivos de subserviência, como um néscio se posta perante uma alimária ajaezada de ouro. E aparentemente o governo tinha razões para isso, a aferir pelas quantias em depósitos no Banco do Estado, restando saber se existem outros depósitos bancários ou investimentos em Portugal do assassinado ditador e de seus familiares.
Entretanto o representante do Conselho Nacional de Transição da Líbia manifestou a intenção do seu país de resgatar o dinheiro depositado na CGD. Porém, como alegadamente existe uma dívida de vários milhões de euros do Estado líbio a empresas portuguesas, dificilmente o dinheiro em depósito lhes será devolvido. Neste sentido, torna-se importante sabermos que tipo de negócios e que empresas portuguesas na vigência do governo de Sócrates, mantiveram relações económicas com a Líbia.
Provavelmente este será o género de resposta que os países onde existam depósitos bancários, ativos financeiros e propriedades do clã Kadafi, irão dar ao governo líbio quando este exigir a devolução dos bens. Para além do mais a NATO tem uma fatura de despesas consideráveis a apresentar ao próximo governo líbio, dada a sua intervenção na guerra, decisiva para a deposição de Kadafi.
Não deixa de ser curioso verificar, que foi precisamente em Março deste ano, quando a Europa Comunitária e os Estados Unidos entraram em grave recessão económica, que as instâncias internacionais se «lembraram» de aplicar sanções económicas à Líbia, dando instruções aos países onde existe dinheiro e bens do clã Kadafi, para os congelar. A hipocrisia e o cinismo da ONU e outros organismos manifestou-se abertamente, ao «descobrirem», então, que a Líbia era governada por «uma ditadura que não respeitava os direitos humanos».
De salientar que em inícios deste ano a CE e os EUA promoveram de igual forma e paralelamente, insurreições populares em vários países árabes como o Egipto (onde os militares estão no poder e os democratas são presos e condenados), Tunísia, Síria, Iémen e outros com menor expressão. Saliente-se que o denominador comum entre eles, à partida, era (é) o facto de serem governados por ditaduras capitaneadas por clãs familiares de sanguessugas cleptocratas, com incomensuráveis fortunas a bom recato em países europeus, africanos e EUA. Kadafi e a sua prol faziam parte desse verdadeiro cartel de malfeitores, que excetuando o seu caso e o de Mubarak no Egipto (deposto primeiro), se mantêm arrimados ao poder com unhas e dentes, enquanto os chefes de governo das potências da NATO assim quiserem… estrategicamente.
Com a captura de Kadafi num cano de esgoto e o seu assassinato sumário pela populaça, quem saiu a ganhar com esta guerra sórdida foram os países onde o mesmo detinha ativos financeiros. Quem perdeu, foi o povo líbio. O tempo o mostrará.
Pedro Manuel Pereira
Publicada por TERTÚLIA PLURAL
Os motivos do desaire do líbio são bem mais prosaicos: - A necessidade premente da Europa Comunitária e dos Estados Unidos da América (a braços com uma grave crise económica sistémica) de deitarem a mão ao património, aos depósitos bancários e outros ativos financeiros que Kadafi deixou em países como a Itália, França, Áustria, Finlândia, Alemanha, Grã-Bretanha, Portugal, Espanha, Malta, EUA, Egipto, Tunísia, Omã e várias outras nações africanas.
Segundo o vespertino Los Angeles Times, o ex-ditador enviou para fora da Líbia ao longo de mais de quarenta anos no poder, uma quantia estimada em 200 mil milhões de dólares distribuídas pelos quatro cantos do mundo. É neste contexto – de acordo com o periódico The Telegraph - que o governo da Grã-Bretanha congelou várias contas bancárias, património imobiliário e participações em empresas, detidas nesse país, valor estimado em 20 mil milhões de euros. Na Alemanha tinha um património de mais de seis mil milhões de euros, incluindo participações na Siemens e na BASF; em Itália, possuía ações nas entidades bancárias UniCredit e Fimeccanica; na Áustria detinha 10% do capital da maior fábrica de tijolos do mundo; na Finlândia era detentor de forte participação na Nokia; nos EUA Kadafi possuía mais de 30 mil milhões de dólares em ativos, que contemplam depósitos bancários – atualmente congelados - participações na Exxon Mobill, General Electric, Caterpillar e Citigroup entre outros; detinha 24% da Circle Oil Plc, que é o maior fornecedor de gás natural para o Egipto, Marrocos, Namíbia, Omã e Tunísia.
Já em Portugal – tanto quanto se sabe até ao momento – de acordo com o matutino Público, o beduíno deixou depositados na Caixa Geral de Depósitos um bilião e trezentos milhões de euros (1 bilião, oitocentos e quarenta e cinco milhões de dólares). Ainda de acordo com este periódico, datado de 24 de Outubro, o dinheiro encontra-se em «quatro contas que foram congeladas em Março deste ano ao abrigo das sanções internacionais contra o regime de Kadafi». Este dinheiro foi depositado em 2008.
Recordamos a pertinente notícia da Agência Lusa de 31 de Agosto de 2010: «O primeiro ministro visita a Líbia, quarta feira, pela quarta vez nos últimos cinco anos e meio, frequência que traduz a aposta política do Governo português na intensificação das relações económicas com este país do Magreb».
É bom recordarmos-nos que até aos alvores deste ano, Kadafi, um sanguinário ditador e terrorista, antes reciclado e apaparicado como velho amigalhaço da França, Reino Unido, EUA e outros, era tratado pelo governo de Sócrates com deferência, ou antes, reverência com laivos de subserviência, como um néscio se posta perante uma alimária ajaezada de ouro. E aparentemente o governo tinha razões para isso, a aferir pelas quantias em depósitos no Banco do Estado, restando saber se existem outros depósitos bancários ou investimentos em Portugal do assassinado ditador e de seus familiares.
Entretanto o representante do Conselho Nacional de Transição da Líbia manifestou a intenção do seu país de resgatar o dinheiro depositado na CGD. Porém, como alegadamente existe uma dívida de vários milhões de euros do Estado líbio a empresas portuguesas, dificilmente o dinheiro em depósito lhes será devolvido. Neste sentido, torna-se importante sabermos que tipo de negócios e que empresas portuguesas na vigência do governo de Sócrates, mantiveram relações económicas com a Líbia.
Provavelmente este será o género de resposta que os países onde existam depósitos bancários, ativos financeiros e propriedades do clã Kadafi, irão dar ao governo líbio quando este exigir a devolução dos bens. Para além do mais a NATO tem uma fatura de despesas consideráveis a apresentar ao próximo governo líbio, dada a sua intervenção na guerra, decisiva para a deposição de Kadafi.
Não deixa de ser curioso verificar, que foi precisamente em Março deste ano, quando a Europa Comunitária e os Estados Unidos entraram em grave recessão económica, que as instâncias internacionais se «lembraram» de aplicar sanções económicas à Líbia, dando instruções aos países onde existe dinheiro e bens do clã Kadafi, para os congelar. A hipocrisia e o cinismo da ONU e outros organismos manifestou-se abertamente, ao «descobrirem», então, que a Líbia era governada por «uma ditadura que não respeitava os direitos humanos».
De salientar que em inícios deste ano a CE e os EUA promoveram de igual forma e paralelamente, insurreições populares em vários países árabes como o Egipto (onde os militares estão no poder e os democratas são presos e condenados), Tunísia, Síria, Iémen e outros com menor expressão. Saliente-se que o denominador comum entre eles, à partida, era (é) o facto de serem governados por ditaduras capitaneadas por clãs familiares de sanguessugas cleptocratas, com incomensuráveis fortunas a bom recato em países europeus, africanos e EUA. Kadafi e a sua prol faziam parte desse verdadeiro cartel de malfeitores, que excetuando o seu caso e o de Mubarak no Egipto (deposto primeiro), se mantêm arrimados ao poder com unhas e dentes, enquanto os chefes de governo das potências da NATO assim quiserem… estrategicamente.
Com a captura de Kadafi num cano de esgoto e o seu assassinato sumário pela populaça, quem saiu a ganhar com esta guerra sórdida foram os países onde o mesmo detinha ativos financeiros. Quem perdeu, foi o povo líbio. O tempo o mostrará.
Pedro Manuel Pereira
domingo, outubro 23, 2011
Um bando de criminosos que nos des(governa)
Diz Vasco Lourenço, um iminente Capitão de Abril, que estamos a ser governados por "um bando de mentirosos". Muito mais do que isso. Esta cloaca governamental PSD/CDS é composta por um bando de criminosos, pois as medidas que estão a impor ao país configuram autênticos crimes. Roubar os Subsídios de Férias e de Natal aos trabalhadores, cortar-lhes os salários (mais um roubo), destruir a Escola Pública e o Serviço Nacional de Saúde, atirar milhões de cidadãos para o desemprego, a pobreza e exclusão social, colocar portagens na Via do Infante e que só vão provocar mais mortes numa EN 125 (a estrada da morte), destruir direitos sociais tão arduamente conquistados após o 25 de Abril, etc. E sobre as fortunas dos mais ricos e milionários nem uma beliscadura.Tudo isto são graves crimes de lesa pátria! Este des(governo) não passa de uma cloaca de mentirosos, vigaristas e criminosos e que terão de ser combatidos frontalmente pelos cidadãos deste país. A Constituição da República Portuguesa determina, no artº 21º, o direito de resistência:"Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão". É o que os cidadãos deste país terão de fazer - resistir e repelir pela força a agressão que estão a ser vítimas por parte de um bando governamental.
Os rebeldes libios, entre Al Qaeda e a CIA
Enrico Piovesana
Desde que este artigo foi pela primeira vez publicado a situação na Líbia já evoluiu para a vitória dos rebeldes. Mas não se perde nada em acrescentar mais alguns elementos sobre quem eles são, ao serviço de quem se encontram as suas principais figuras, e as estranhas alianças operacionais que teceram entre si. Estão na realidade os rebeldes a ser apoiados pelos EUA e pela NATO? Se assim é, com explicar a presença entre eles de grupos fundamentalistas islâmicos ligados à Al Qaeda, com um comando militar estreitamente ligado a um histórico dissidente líbio?
Em finais de Março passado, durante uma audiência no senado dos EUA, o almirante James Stavridis, comandante das forças dos EUA na Europa na chefia da sede europeia das forças da NATO (SHAPE), disse que existiam traços da presença da Al Qaeda entre os rebeldes anti-Khadafi embora, em sua opinião, não fossem significativas.
Os traços teriam origem na mensagem vídeo de 13 de Março, na qual o libio Abu Yahya al Libi, um importante líder de Al Qaeda, incitava os seus compatriotas a prosseguir e intensificar a luta contra Khadafi: “Os líbios têm suportado às mãos de Khadafi, há mais de quarenta anos, sofrimentos de todo o tipo, e foram utilizados por ele para pôr em prática as suas rançosas ideias, as suas excentricidades e as suas políticas de loucos”.
Os traços prosseguiam com as notícias publicadas em 22 de Março pelo diário italiano Il Sole-24 Ore sobre a presença da Al Qaeda, com veteranos líbios regressados do Irão e do Afeganistão, na frente de Adjabiya. À frente deles Abdul-Hakim al-Hasidi, capturado pelas forças dos EUA no Afeganistão em 2002 e agora no comando dos rebeldes de Dema, que declarou que os membros da Al Qaeda são patriotas e bons muçulmanos.
“Não existe dúvida de que o ramo líbio da Al Qaeda, o Grupo Combatente Islâmico da Líbia (LIFG, na sigla inglesa) integra as forças opostas a Khadafi. O que não sabemos é que peso tem”, disse à imprensa indiana Bruce Riedel, ex analista da CIA especializado em terrorismo, assessor militar da Casa Branca durante muitos anos e membro destacado do Conselho de Relações Externas e do The Brookings Institution, dos EUA.
O LIFG foi criado em 1995 por mujahidin líbios veteranos da guerra contra os soviéticos no Afeganistão com o objectivo de derrubar o regime de Khadafi, contra o qual realizaram um atentado que falhou, em Março de 1996, com apoio logístico e financeiro (100.000 libras) dos serviços secretos britânicos MI6. Em resultado deste atentado Khadafi pediu, e foi o primeiro no mundo a fazê-lo, uma ordem internacional de detenção de Osama Bin Laden, mas o procedimento foi bloqueado por Londres e Washington.
À frente do ramo líbio da Al Qaeda (desde 2001 na lista negra do terrorismo islâmico internacional) encontravam-se Anas al Libi, que fugiu da Líbia e obteve asili político na Grã-Bretanha (onde viveu até 2000 e de quem se perdeu então a pista), e Mohammed Benhammedi, que até 2006 (altura em que também desapareceu) apoiou as actividades do LIFG com o produto do tráfico de drogas dirigido pelo narcotraficante britânico Curtis Warren.
O outro símbolo histórico da oposição ao regime líbio, agora de novo em foco, é a Frente Nacional de Salvação da Líbia (NFSL, na sigla em inglês), movimento laico fundado nos anos 80 por dissidentes exilados nos EUA e abertamente apoiado pela CIA. Também o NFSL tentou matar Khadafi em Abril de 1984, numa autêntica operação militar contra o quartel general do coronel em Bab al Aziziya (morreram oitenta pessoas, entre líbios, cubanos e alemães de leste).
O representante mais conhecido do NFSL é Khalifa Belqasim Haft, ex coronel do exército que fugiu da Líbia em 1988 depois da derrota da Líbia na guerra do Tchad. Desde então tem vivido em Fairfax, Virgínia (a 10 km da sede da CIA), de onde durante anos dirigiu as actividades do braço armado do NFSL, o Exército de Libertação da Líbia. Agora surgiu em Bengasi para assumir o comando militar dos rebeldes, facto tornado público formalmente em 24 de Março.
Bem vistas as coisas, a coexistência de homens da Al Qaeda e dos serviços secretos anglo-estadounidenses nas fileiras dos rebeldes líbios só aparentemente é contraditório.
Fonte: http://it.peacereporter.net/articolo/27745/Ribelli+libici%2C+tra+Al Qaeda+e+Cia
Em finais de Março passado, durante uma audiência no senado dos EUA, o almirante James Stavridis, comandante das forças dos EUA na Europa na chefia da sede europeia das forças da NATO (SHAPE), disse que existiam traços da presença da Al Qaeda entre os rebeldes anti-Khadafi embora, em sua opinião, não fossem significativas.
Os traços teriam origem na mensagem vídeo de 13 de Março, na qual o libio Abu Yahya al Libi, um importante líder de Al Qaeda, incitava os seus compatriotas a prosseguir e intensificar a luta contra Khadafi: “Os líbios têm suportado às mãos de Khadafi, há mais de quarenta anos, sofrimentos de todo o tipo, e foram utilizados por ele para pôr em prática as suas rançosas ideias, as suas excentricidades e as suas políticas de loucos”.
Os traços prosseguiam com as notícias publicadas em 22 de Março pelo diário italiano Il Sole-24 Ore sobre a presença da Al Qaeda, com veteranos líbios regressados do Irão e do Afeganistão, na frente de Adjabiya. À frente deles Abdul-Hakim al-Hasidi, capturado pelas forças dos EUA no Afeganistão em 2002 e agora no comando dos rebeldes de Dema, que declarou que os membros da Al Qaeda são patriotas e bons muçulmanos.
“Não existe dúvida de que o ramo líbio da Al Qaeda, o Grupo Combatente Islâmico da Líbia (LIFG, na sigla inglesa) integra as forças opostas a Khadafi. O que não sabemos é que peso tem”, disse à imprensa indiana Bruce Riedel, ex analista da CIA especializado em terrorismo, assessor militar da Casa Branca durante muitos anos e membro destacado do Conselho de Relações Externas e do The Brookings Institution, dos EUA.
O LIFG foi criado em 1995 por mujahidin líbios veteranos da guerra contra os soviéticos no Afeganistão com o objectivo de derrubar o regime de Khadafi, contra o qual realizaram um atentado que falhou, em Março de 1996, com apoio logístico e financeiro (100.000 libras) dos serviços secretos britânicos MI6. Em resultado deste atentado Khadafi pediu, e foi o primeiro no mundo a fazê-lo, uma ordem internacional de detenção de Osama Bin Laden, mas o procedimento foi bloqueado por Londres e Washington.
À frente do ramo líbio da Al Qaeda (desde 2001 na lista negra do terrorismo islâmico internacional) encontravam-se Anas al Libi, que fugiu da Líbia e obteve asili político na Grã-Bretanha (onde viveu até 2000 e de quem se perdeu então a pista), e Mohammed Benhammedi, que até 2006 (altura em que também desapareceu) apoiou as actividades do LIFG com o produto do tráfico de drogas dirigido pelo narcotraficante britânico Curtis Warren.
O outro símbolo histórico da oposição ao regime líbio, agora de novo em foco, é a Frente Nacional de Salvação da Líbia (NFSL, na sigla em inglês), movimento laico fundado nos anos 80 por dissidentes exilados nos EUA e abertamente apoiado pela CIA. Também o NFSL tentou matar Khadafi em Abril de 1984, numa autêntica operação militar contra o quartel general do coronel em Bab al Aziziya (morreram oitenta pessoas, entre líbios, cubanos e alemães de leste).
O representante mais conhecido do NFSL é Khalifa Belqasim Haft, ex coronel do exército que fugiu da Líbia em 1988 depois da derrota da Líbia na guerra do Tchad. Desde então tem vivido em Fairfax, Virgínia (a 10 km da sede da CIA), de onde durante anos dirigiu as actividades do braço armado do NFSL, o Exército de Libertação da Líbia. Agora surgiu em Bengasi para assumir o comando militar dos rebeldes, facto tornado público formalmente em 24 de Março.
Bem vistas as coisas, a coexistência de homens da Al Qaeda e dos serviços secretos anglo-estadounidenses nas fileiras dos rebeldes líbios só aparentemente é contraditório.
Fonte: http://it.peacereporter.net/articolo/27745/Ribelli+libici%2C+tra+Al Qaeda+e+Cia
União Européia se vende aos banqueiros
O capitalismo sem peias. Sem controle. Apenas submetido à lógica do lucro predador. Lucro, principalmente, dos grandes bancos e corporações multinacionais que controlam os ditos "livres mercados" privados, mas que se garantem com a "recapitalização" alimentada pelos recursos públicos. Onde não é levada em conta o preço social do desemprego crescente, na esteira do arrocho de direitos sociais adquiridos e das privatizações impostos pela "austeridade fiscal" que só protege os maganos. É o capitalismo, felizmente, suicida. A tragédia é que o pós pode não ser bom. Pode ser a barbárie
sábado, outubro 22, 2011
Os gangsters imperialistas
Khadafi foi assassinado para que não fosse levado a nenhum tribunal, onde poderia contar tudo o que sabia sobre as relações entre seu governo e a CIA, o governo e os serviços de inteligência britânicos, Sarkozy e seus “barbudos”, Berlusconi e a máfia, e poderia também lembrar quem são Jibril e Jalil, principais líderes actuais do Conselho Nacional de Transição e, até bem pouco tempo, seus fiéis agentes e servidores. Por Guillermo Almeyra.
Com o desaparecimento do ditador, muitos líderes ocidentais ficaram aliviados, defende Guillermo Almeyra. Foto IL LI/Flickr
Ele foi simplesmente assassinado para que não fosse levado a nenhum tribunal porque aí poderia contar tudo o que sabia sobre as relações entre seu governo e a CIA, o governo e os serviços de inteligência britânicos, Sarkozy e seus “barbudos”, Berlusconi e a máfia, e poderia também lembrar quem são Jibril e Jalil, principais líderes atuais do Conselho Nacional de Transição e, até bem pouco tempo, seus fieis agentes e servidores.
A lista dos limões espremidos é longa: o panamenho Noriega, agente da CIA convertido em um estorvo, salvou-se do bombardeio ao Panamá que tentava assassiná-lo e jamais foi apresentado em um tribunal legítimo. Saddam Hussein, agentes dos EUA durante a longa guerra de oito anos contra os curdos e contra o Irão, teve sim um processo em um tribunal, mas composto por funcionários dos EUA e carrascos, nada de sua defesa política ganhou repercussão e terminou enforcado de modo infame.
Bin Laden, agente da CIA junto com os talibãs durante toda a guerra contra os soviéticos no Afeganistão e sócio do presidente George Bush na indústria petroleira, foi assassinado desarmado em uma grande operação típica de gangsters e foi lançado ao mar para que não falasse em um processo e para que nem sequer sua tumba pudesse servir como ponto de encontro a todos os que no Paquistão e no Afeganistão repudiam o colonialismo dos criminosos imperialistas.
Agora, os imperialistas franco-anglo-estadunidenses acabam de utilizar a barbárie e o ódio inter-tribal para se livrar de Kadafi que, como prisioneiro, era um perigo para eles. O novo governo líbio que surgirá depois de uma luta feroz entre os diversos clãs e interesses que integram o actual CNT, poderá renegociar assim a relação de forças entre as diferentes regiões e tribos sem o kadafismo e sob a tentativa imperialista de submetê-lo, mas afogou o passado em um banho de sangue e nasce coberto de horror e de infâmia perante o mundo.
Kadafi não será lembrado pelos líbios como um novo Omar Mukhtar, o líder da resistência ao imperialismo italiano enforcado pelos fascistas, porque antes de ser assassinado por seus ex-sócios e servidores também foi responsável por inúmeros crimes e enormes traições. Mas seu linchamento cairá como uma mancha a mais sobre seus executores e sobre os mandantes da turba feroz que o despedaçou aplicando-lhe a pena de morte selvagem que os imperialistas decretam contra seus agentes que precisam despachar.
Guillermo Almeyra é professor de Relações Sociais da UNAM (Universidade Autónoma do México) e colaborador do jornal mexicano La Jornada.
Tradução: Marco Aurélio Weissheimer. Publicado na Carta Maior
quinta-feira, outubro 20, 2011
Grécia: greve total e manifestação gigante
Indústria, comércio e serviços públicos pararam totalmente. Transportes amanheceram paralisados e só voltaram a funcionar para transportar os grevistas para as manifestações.
A manifestação já é o maior êxito entre todos os protestos organizados desde o início da asuteridade. Foto de EPA/ALEXANDROS VLACHOS
Indústria, ensino, bancos, ministérios e serviços públicos estão paralisados, assim como os museus e sítios arqueológicos. Postos de gasolina, farmácias, padarias, comércio estão encerrados. Os advogados, os funcionários das Finanças e Alfândegas continuam em greve até sexta-feira. Os taxistas, protagonistas de muitos protestos, também aderiram à greve.
Os controladores aéreos anunciaram que a sua participação na greve será de 12 horas.
Transportes voltaram a funcionar para facilitar acesso às manifestações
Os transportes amanheceram totalmente paralisados. Mas, a partir das 9 horas, por decisão dso grevistas, voltaram a funcionar para facilitar a deslocação dos gregos para as manifestações nas principais cidades. Em Atenas, assim reuniram-se milhares de grevistas que se concentraram em frente ao Parlamento. Segundo a polícia, a manifestação está a reunir 125 mil pessoas, mas os sindicalistas afirmam serem muito mais. Segundo o diário El País, a manifestação já é o maior êxito entre todos os protestos organizados desde o início da asuteridade. Esta é a sexta greve geral realizada este ano.
O novo pacote de medidas de austeridade inclui mais cortes de salários e pensões, mais impostos, e também despedimentos de funcionários públicos.
Esquerda.net
segunda-feira, outubro 17, 2011
Orçamento de Estado 2012Governo agrava IRS ignorando inflação |
Greve geral anunciada pela CGTP e UGT
Carvalho da Silva sublinhou que existe «falta de resposta» por parte do Governo em solucionar os problemas do país e mencionou o «alargamento do horário de trabalho» ou os cortes nas pensões como motivos para este protesto.
O secretário-geral da UGT afirmou que «os sacrifícios estão a gravar as desigualdades em Portugal» e que o Governo não está a seguir o programa pelo qual foi eleito. «Estas medidas não tiram o país da crise», disse João Proença, que considerou que o Governo está a «aumentar a conflitualidade social».
SOL
D. Manuel Martins: «Isto vai mesmo rebentar»
Bispo emérito de Setúbal avisa que medidas de austeridade vão fazer «escorrer muito sangue»
Em entrevista à Agência Lusa a propósito das medidas do Orçamento de Estado para 2012, que passam, entre outras, pela eliminação do subsídio de férias e de natal para alguns trabalhadores, Manuel Martins disse que as mesmas vão provocar «uma desgraça muito grande» em Portugal.
«Isto vai rebentar», afirmou, receando que as manifestações de indignação da população sejam «o mínimo» ou «o começo» de algo «muito mais grave».
Para o bispo que tantas vezes denunciou a fome que afligia o povo da sua diocese de Setúbal, «as manifestações são o mínimo que pode acontecer» numa situação que «poderá resultar em violência».
«Não sei se o povo terá forças para ir para a rua, mas muitas coisas graves poderão acontecer», sublinhou.
«Há medidas que nos tocam nas telhas da casa, no automóvel ou nas férias, mas estas entram-nos na casa e na cozinha. Entram-nos no estômago, na saúde», disse.
Manuel Martins alertou para o cada vez maior número de famílias «sem possibilidade alguma de viver que já batem às portas a pedir e outras que vivem com a certeza que o terão de fazer».
«Estou imensamente triste, desanimado, derrotado», assumiu, lamentando as «lágrimas de sangue» que irão resultar destas medidas.
Por esta razão, o bispo considera que o Governo deveria «protelar a dívida, os juros» porque «isto vai mesmo rebentar».
Manuel Martins considera que as famílias tiveram «uma culpa inconsciente», pois foram «lisonjeiras» e deixaram-se enganar pelo «futuro apregoado pelos bancos».
O prelado direcciona as culpas para quem «governou o país com cem, quando só podia ir até dez», acrescentando que «a culpa não é apenas internacional», mas também do «compadrio e do amiguismo».
O bispo recorda que «ainda Portugal vivia tempos anunciados como prósperos e já existiam milhares de pessoas com fome».
Agora, com as medidas anunciadas pelo Governo, os que passarão fome «não vão ter conta».
Manuel Martins, que ficou conhecido como «o bispo vermelho» por causa das suas bandeiras sociais, diz que é hoje «um homem desanimado». «Estamos perdidos», rematou.
TVI 24
Utentes da A22 e autarcas algarvios dizem que cobrança vai provocar situação "insustentável" | |||||||
Diário Online |
sábado, outubro 15, 2011
Centenas de «indignados» manifestaram-se em Faro
Centenas de pessoas saíram à rua em Faro, com ponto de encontro no Jardim Manuel Bivar, na Baixa da cidade, para participar no protesto dos “indignados”, que se proclamou “antipartidário, laico e pacífico”.Em Faro, os participantes empunhavam cartazes ou faixas com palavras de ordem exigindo «Verdade», «Respeito», «Mala de Cartão? Não!», «Democracia real», «Inevitáveis a tua tia!» ou afirmando «Quem cala consente». Havia ainda caricaturas do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, com frases como «Economia de Piranhas».
Um dos destaques do protesto na capital algarvia, foi um triciclo motorizado vermelho que ostentava um grande cartaz dizendo: «Indignados nós? Vemo-nos gregos».
Os “indignados” manifestam-se em prol da democracia participativa, pela transparência nas decisões políticas e pelo fim da precariedade de vida.
Em Portugal, houve manifestações em muitas outras cidades, com especial destaque para Lisboa e Porto, mas também em Braga, Coimbra e Évora.
Na capital portuguesa, milhares de manifestantes juntaram-se no Marquês de Pombal, tendo depois rumado à Assembleia da República.
Segundo um dos oradores que discursou no final da manifestação, a presidente da Assembleia da República Assunção Esteves disponibilizou-se para receber as propostas que os manifestantes lhe façam chegar.
De Sydney a Nova Deli, de Lisboa a Nova Iorque, 951 cidades de 82 países estão hoje a ser palco de manifestações e de outras ações de protesto para reclamar uma mudança global democrática e contestar o poder financeiro.
O “movimento dos indignados” ganhou nas últimas semanas um novo fôlego, ao ter repercussões fora da Europa, onde foram registados os primeiros protestos, com a adesão de cidades como Nova Iorque, onde se verificaram manifestações sob o lema “Occupy Wall Street” (“Ocupar Wall Sreet”).
Uma manifestação, idêntica à ocorrida este sábado em Lisboa, foi convocada para o dia 26 de novembro, anunciou uma das oradoras que discursaram na concentração realizada junto à Assembleia da República. À semelhança deste sábado, a concentração partirá do Marquês de Pombal às 15h00.
Veja mais fotos da manifestação em Faro na Fotogaleria aqui ao lado –>
Sul Informação
Imagens do protesto em Faro
100 mil, segundo a organização
Milhares de indignados gritaram em Lisboa por justiça em tempos de crise
Os manifestantes invadiram a escadaria da Assembleia da República (Foto: Miguel Manso)
O encontro estava marcado para as 15h em vários pontos do país, mas só mais tarde é que as manifestações portuguesas começaram a ganhar força. A organização aponta para 100 mil pessoas na manifestação de Lisboa, o jornal espanhol El País baixa a estimativa para 30 mil. Ainda não há resultados à vista, mas já há uma nova manifestação agendada: 26 de Novembro.
Ao contrário dos confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes italianos em Roma, em Portugal não houve incidentes graves. Fica apenas registado um momento de tensão em Lisboa, quando os milhares de manifestantes ocuparam a escadaria do Parlamento, obrigando a polícia a recuar e a pedir reforços.
Também no Porto ficou marcado o momento em que os manifestantes cortaram o cabo da bandeira de Portugal que está no mastro da câmara municipal. Entre críticas e aplausos houve ainda incentivos à queima da bandeira. Segundo a polícia estiveram nos Aliados um máximo de 10 mil a 12 mil pessoas, mas a organização avança o número de 25 mil pessoas.
Estudantes, desempregados, reformados e famílias, foram milhares os indignados que apareceram em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga, Évora, Faro e Angra do Heroísmo, pedindo uma mudança de posição do Governo, numa luta contra a precariedade, o desemprego e a corrupção. Exigiram uma maior democracia e o fim do capitalismo. Ouviu-se "A dívida não é nossa" como justificação.
Em ambiente de festa e descontraído, com alguns momentos de tensão e exaltação, os manifestantes não esqueceram a velha máxima "O povo unido, jamais será vencido" e durante horas fizeram-se ouvir, numa manifestação bastante barulhenta, entre tambores improvisados e apitos, contra as políticas de austeridade.
No fim do protesto, à semelhança do que aconteceu a 12 de Março, os milhares de manifestantes reuniram-se nas escadas dos Parlamento numa "assembleia popular" para debater contributos possíveis que ajudem a combater a crise. Entretanto, Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República, já fez saber que está disponível para receber e ler estas propostas.
Para a meia-noite está ainda programada uma vigília.
Público
Precários, reformados, jovens, pessoas de meia-idade, idosos, crianças, famílias inteiras, constituíram os milhares de pessoas que esta tarde desfilaram do Marquês de Pombal à Assembleia da República (AR), ‘indignados’ com o sistema político e financeiro.As imagens dos protestos em PortugalAs imagens do mundo em protesto
Ainda não eram 15h, a hora marcada para o início do protesto ’15 de Outubro, a democracia sai à rua!’, quando a frente do desfile se começou a movimentar para dar início à marcha. Na praça do Marquês de Pombal, em Lisboa, onde a organização e manifestantes se reuniram, pareciam estar não mais do que algumas centenas de pessoas prontas a demonstrar o seu descontentamento com o sistema.
Foi preciso esperar pelo início da marcha para ver as centenas de manifestantes transformarem-se em milhares, vindos das sombras frescas da Avenida da Liberdade e do Parque Eduardo VII.
Do protesto do 12 de Março ao de hoje a organização da iniciativa diz que nada se alterou no combate à precariedade, ao desemprego, à corrupção, entre outras exigências que querem ver traduzidas em mais e melhor democracia.
«Cresceram [as razões de protesto], então esta semana com a apresentação do novo Orçamento do Estado, o pico do icebergue», declarou à Lusa, Paula Gil, da organização do protesto, que não deixou de referir os cortes dos subsídios de férias e Natal.
De novo, este protesto terá uma ‘assembleia popular’ no final, da qual se espera que saiam contributos para uma solução para a crise. E é em frente à AR que os manifestantes vão parar para lembrar aos governantes que são apenas representantes.
«Penso que chega uma altura em que começarmos a ouvir a voz de todas as pessoas que saem à rua. A soberania é do povo, e o Governo não se pode esquecer disso», disse.
Paula Gil disse ainda que o movimento dos 'indignados' está disponível para se juntar aos sindicatos numa greve geral, se esta se concretizar.
‘FMI e troika fora daqui’, apelos à luta, insultos aos responsáveis políticos são alguns exemplos do que as pessoas tinham para dizer esta tarde, quer fosse gritando ou empunhando cartazes, uns muito elaborados, outros tão improvisados como uma frase escrita numa folha de papel A4.
Joana Saraiva, não precária, apenas solidária, não deixou de levar o seu. «Juntei-me ao protesto porque acho que é altura de fazermos alguma coisa para recuperar a dignidade que nos querem tirar. Acho que os direitos conseguidos ao longo de tanto tempo e que tanto nos custaram a adquirir não podem agora ser postos em causa por causa de uma dívida que não é nossa e que não temos que pagar», afirmou.
Joana Saraiva estava confiante que com os protestos de hoje, em Portugal e no resto do mundo, nascia uma «consciência cívica» que faria «de cada cidadão um político», porque, garante, «é altura de tomarmos o nosso destino nas nossas mãos».
João Gomes, reformado, diz que não tem quase nada. Para dar ao protesto tinha apenas raiva.
«Trabalhei 44 anos e hoje passo fome», disse, acusando «este Governo e os outros» de o terem roubado.
«A minha mulher ganha 246 euros de reforma. É tudo, é gás, é electricidade, é água, os medicamentos, é tudo. Tudo isso me revolta», desabafou.
Muito barulho, muito rufar de tambores, até de tambores improvisados em garrafões de plástico. Uma gaita de foles isolada, uma «orquestra» de metais. Ruidosa, a coluna de manifestantes seguia caminho. Pelo meio havia um sector para os professores. Algumas dezenas em representação dos quase 40 mil que este ano não tiveram colocação nas escolas. Miguel Reis era um exemplo, quase um 'estereótipo' de uma geração. Jovem, precário, desempregado, revoltado.
«Estou aqui pela situação em que estou, professor desempregado e sempre numa situação precária sem qualquer perspectiva de estabilidade. Acho que com todos estes anúncios do Governo, o 13º e o 14º mês, mesmo que consiga colocação, é mais um roubo. Espero que cada vez mais gente venha para a rua e que a pressão das pessoas faça os Governos mudarem as suas posições», disse.
De Sydney a Nova Deli, de Lisboa a Nova Iorque, 951 cidades de 82 países serão hoje palco de manifestações e de outras acções de protesto para reclamar uma mudança global democrática e contestar o poder financeiro.
Lusa/SOL
Ainda não eram 15h, a hora marcada para o início do protesto ’15 de Outubro, a democracia sai à rua!’, quando a frente do desfile se começou a movimentar para dar início à marcha. Na praça do Marquês de Pombal, em Lisboa, onde a organização e manifestantes se reuniram, pareciam estar não mais do que algumas centenas de pessoas prontas a demonstrar o seu descontentamento com o sistema.
Foi preciso esperar pelo início da marcha para ver as centenas de manifestantes transformarem-se em milhares, vindos das sombras frescas da Avenida da Liberdade e do Parque Eduardo VII.
Do protesto do 12 de Março ao de hoje a organização da iniciativa diz que nada se alterou no combate à precariedade, ao desemprego, à corrupção, entre outras exigências que querem ver traduzidas em mais e melhor democracia.
«Cresceram [as razões de protesto], então esta semana com a apresentação do novo Orçamento do Estado, o pico do icebergue», declarou à Lusa, Paula Gil, da organização do protesto, que não deixou de referir os cortes dos subsídios de férias e Natal.
De novo, este protesto terá uma ‘assembleia popular’ no final, da qual se espera que saiam contributos para uma solução para a crise. E é em frente à AR que os manifestantes vão parar para lembrar aos governantes que são apenas representantes.
«Penso que chega uma altura em que começarmos a ouvir a voz de todas as pessoas que saem à rua. A soberania é do povo, e o Governo não se pode esquecer disso», disse.
Paula Gil disse ainda que o movimento dos 'indignados' está disponível para se juntar aos sindicatos numa greve geral, se esta se concretizar.
‘FMI e troika fora daqui’, apelos à luta, insultos aos responsáveis políticos são alguns exemplos do que as pessoas tinham para dizer esta tarde, quer fosse gritando ou empunhando cartazes, uns muito elaborados, outros tão improvisados como uma frase escrita numa folha de papel A4.
Joana Saraiva, não precária, apenas solidária, não deixou de levar o seu. «Juntei-me ao protesto porque acho que é altura de fazermos alguma coisa para recuperar a dignidade que nos querem tirar. Acho que os direitos conseguidos ao longo de tanto tempo e que tanto nos custaram a adquirir não podem agora ser postos em causa por causa de uma dívida que não é nossa e que não temos que pagar», afirmou.
Joana Saraiva estava confiante que com os protestos de hoje, em Portugal e no resto do mundo, nascia uma «consciência cívica» que faria «de cada cidadão um político», porque, garante, «é altura de tomarmos o nosso destino nas nossas mãos».
João Gomes, reformado, diz que não tem quase nada. Para dar ao protesto tinha apenas raiva.
«Trabalhei 44 anos e hoje passo fome», disse, acusando «este Governo e os outros» de o terem roubado.
«A minha mulher ganha 246 euros de reforma. É tudo, é gás, é electricidade, é água, os medicamentos, é tudo. Tudo isso me revolta», desabafou.
Muito barulho, muito rufar de tambores, até de tambores improvisados em garrafões de plástico. Uma gaita de foles isolada, uma «orquestra» de metais. Ruidosa, a coluna de manifestantes seguia caminho. Pelo meio havia um sector para os professores. Algumas dezenas em representação dos quase 40 mil que este ano não tiveram colocação nas escolas. Miguel Reis era um exemplo, quase um 'estereótipo' de uma geração. Jovem, precário, desempregado, revoltado.
«Estou aqui pela situação em que estou, professor desempregado e sempre numa situação precária sem qualquer perspectiva de estabilidade. Acho que com todos estes anúncios do Governo, o 13º e o 14º mês, mesmo que consiga colocação, é mais um roubo. Espero que cada vez mais gente venha para a rua e que a pressão das pessoas faça os Governos mudarem as suas posições», disse.
De Sydney a Nova Deli, de Lisboa a Nova Iorque, 951 cidades de 82 países serão hoje palco de manifestações e de outras acções de protesto para reclamar uma mudança global democrática e contestar o poder financeiro.
Lusa/SOL
segunda-feira, outubro 10, 2011
Mil vehículos se concentran en Faro para exigir que el Gobierno luso no implante el peaje en la autovía del Algarve
Los organizadores calculan que en total han participado en la protesta unas dos mil personas, con lo que se ha convertido en la protesta contra el peaje que mayor respuesta ha tenido. El pasado 15 de agosto tuvo lugar otra manifestación que sólo convocó a unas decenas de personas.
La caravana ha recorrido la Nacional 125 a la altura de Faro, donde realizó diferentes paradas en el Parque de las Ciudades, Aeropuerto, centro comercial Forum Algarve y el teatro.
Los argumentos que sustentan la protesta son tres: la A22 del Algarve no cumple los requisitos mínimos que exige una autopista de pago; el peaje va a provocar que la carretera gratuita alternativa, la N-125, la más peligrosa de Europa, se vuelva a convertir en una vía de la muerte por la elevada intensidad del tráfico que va a experimentar; y que la autovía Do Infante no fue construida como un lujo, sino con fondos europeos para combatir las asimetrías y la desertificación del interior del Algarve. En resumen, que peaje es igual a más crisis social y económica en el Algarve. Y quien firma estas máximas son los convocantes de la protesta. A saber: Comisión de Usuarios de la Vía Do Infante, Movimiento (Facebook) Portagens Na A22-Nao!, Movimiento con Faro en el Corazón y Motoclub de Faro.
También desde el Ayuntamiento de Ayamonte, que ha apoyado la protesta, se recuerda que la implantación de un peaje en la autovía A22, con un desembolso importante tanto en la compra del aparato emisor como el del propio bono de peajes, frenará el desarrollo del territorio, ya que disminuirá el intercambio turístico, comercial, etc., a todos los niveles, viéndose afectadas negativamente tanto la provincia de Huelva como el Algarve y el Alentejo.
Además del Ayuntamiento de Ayamonte, se han manifestado en contra de la instalación de este peaje tanto los empresarios como los sindicatos y también todas las fuerzas políticas. Sin embargo, todo apunta a que las presiones tanto en Portugal como desde España van a caer en saco roto porque el Gobierno luso piensa continuar adelante, aunque podría realizar algún cambio técnico, de manera que el dispositivo no fuera necesario finalmente.
El peaje previsto en principio consistía en un sistema sin cabinas, lo que imposibilitaría abonar la tasa en metálico o por tarjeta en función del uso de la autovía. Sería un modelo de prepago válido durante tres meses. De modo que todo aquel que use el tramo de autovía de peaje deberá disponer de un dispositivo que se podrá adquirir en las gasolineras al precio de 27 euros para los turismos y que además deberá recargar con otros 50 euros. Es decir, 77 euros en total para los turismos y 127 para los camiones.
EL PP SE SUMA A LA PROTESTA
Por su parte, el Partido Popular de Ayamonte y el resto de fuerzas políticas ayamontinas han secundado, con su presencia, la marcha y posterior concentración en Faro, contra la instauración del peaje en la Autovía do Infante la cual recorre el Algarve portugués y lo conecta con la provincia de Huelva.
Esta acción en común de todos los grupos políticos del Ayuntamiento de Ayamonte pretende ser una medida de presión más para conseguir que este peaje no se instaure, ya que provocará un grave problema socio – económico para el Algarve y Huelva y es un paso atrás en las políticas europeas entre regiones transfronterizas, tal como ha señalado.
El concejal popular ha explicado como la utilización de esta autovía, que se quiere poner de pago a partir de este mes, supondrá la compra de un dispositivo electrónico para el vehículo, cuyo coste está entre los 20 y los 25 euros. A esto hay que añadir que la recarga es de 50 euros, que deberán gastarse en un plazo de tres meses. Esto quiere decir que inicialmente hay que realizar una inversión de 75 euros.
Desde el Partido Popular de Ayamonte se pide que el gobierno español muestre su rechazo a la implantación del peaje en la autovía A-22 y se hagan las gestiones necesarias en el seno de la Unión Europea y ante el Gobierno portugués, al objeto de evitar la puesta en funcionamiento del sistema de peaje en la Autovía del Algarve, por ser en estos momentos un obstáculo para las transacciones económicas ya consolidadas entre los dos países al no existir vías alternativas adecuadas.
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In Huelva Ya
Huelva
Transportistas españoles y onubenses rechazan al peaje de la autovía del Algarve en una manifestación en Faro
FARO, 8 Oct. (EUROPA PRESS) - Transportistas españoles y onubenses, junto con representantes políticos del Ayamonte (Huelva) han participado este sábado en la manifestación convocada por el Movimiento 'Algarve-Peajes en la A22 No' en la ciudad portuguesa de Faro para mostrar su rechazo al peaje que el Gobierno luso pretende implantar en la Autovía del Algarve (A22).
Esta movilización ha contado con la participación del alcalde de Ayamonte, Antonio Rodríguez Castillo (PSOE), así como el resto de grupos políticos, que se han visto apoyados por la Federación Nacional de Asociaciones de Transportes de España (Fenadismer) y de la Unión de Cooperativas de Transportes (Ucotrans).En declaraciones a Europa Press, el secretario general de Fenadismer, Juan Antonio Millán, se ha sumado al rechazo sobre la imposición de este peaje, dando su "más enérgica protesta", y recuerda que los transportistas españoles ya han manifestado ante Europa el rechazo cualquier tipo de aumento del costo por el uso de una infraestructura, "se llama peaje o euroviñetas".
Así, rechaza el peaje en el Algarve ya que, al ser una región "ultraperiférica", supondría "gravar al transporte de mercancías y reducir la competitividad, ya que un kilo de naranjas no podría soportar estos costos". Además, se trata de una región "transfronteriza, lo que dificultaría el comercio, el intercambio y las comunicaciones, yendo en contra de la cohesión de la zona".
Sin embargo, se muestra consciente de que posiblemente el peaje se instaure, por lo que ya preparan una propuesta de aplicación que entregarán al Ayuntamiento de Ayamonte para "unir esfuerzos entre portugueses, españoles y por parte de todos los sectores para forzar una negociación que minimicen los efectos del impuesto". Así, plantea costos diferentes para los usuarios habituales y esporádicos de la vía o para los que la utilicen para trayectos cortos.
Por su parte, según ha informado a Europa Press Joao Faba, miembro del movimiento 'Algarve -Peajes en la A22 No', la manifestación preveía reunir ha manifestantes de distintos puntos de Portugal y España. Este grupo de personas, conformado por empresarios hoteleros, asociaciones y personas que participarán a título individual, participará en esta iniciativa ya que este peaje, a su juicio, es "inviable".
A mediados de agosto alrededor de medio millar de personas formaron un cordón humano en la carretera nacional 125, en Vale da Venda (Faro), para mostrar su rechazo al citado peaje y en abril unos 50 vehículos partieron desde el polígono industrial de Ayamonte para unirse en la frontera con Portugal con numerosos coches que salieron desde la localidad lusa de Monte Gordo para mostrar su rechazo.
En esta ocasión, fuentes de la organización detallaron a Europa Press que este peaje "va a suponer un frenazo a las relaciones comerciales y a la movilidad que ha existido siempre en los dos lados de la frontera, máxime desde el año 1991 con el puente sobre el río Guadiana".
Así, creen que esta acción va a afectar "negativamente" para "la vida de la frontera". Por ello, los portugueses han advertido de que "no se van a parar las movilizaciones", porque, "aunque el Gobierno luso ha dicho que no van a sacar el peaje, cada año lo intentan instaurar". Además, precisaron que "la autovía del Algarve se construyó con Fondos Feder en su totalidad, con lo cual no se sabe hasta qué punto es legal instaurar peajes en una vía que se ha hecho con fondos públicos".
Por su parte, desde el Ayuntamiento de Ayamonte han recordado este miércoles en un comunicado que la implantación de un peaje en la autovía A22, "con un desembolso importante tanto en la compra del aparato emisor como el del propio bono de peajes, frenará el desarrollo del territorio, ya que disminuirá el intercambio turístico y comercial a todos los niveles, viéndose afectadas negativamente tanto la provincia de Huelva como el Algarve y el Alentejo".
Europa Press
Marcha lenta anti-portagens na A22 reuniu um milhar de pessoas e entupiu trânsito
Cerca de um milhar de pessoas, em mais de três centenas de carros e motos, provenientes de todo o Algarve e até da vizinha Espanha, participaram na tarde deste sábado na marcha lenta contra as portagens na A22, chegando a entupir o trânsito à entrada de Faro, junto ao Fórum Algarve.
Os organizadores da marcha manifestaram o seu «forte protesto e repúdio» contra o anúncio feito ontem pelo Governo de que as portagens começarão a ser cobradas até ao fim do mês.
No auge da manifestação, José Vitorino, antigo presidente da Câmara de Faro e líder do Movimento Com Faro no Coração (CFC), fez uma declaração aos jornalistas, em nome dos organizadores da marcha – Comissão de Utentes da Via do Infante, Movimento Não às Portagens na A22, Moto Clube de Faro e CFC -, para protestar contra a introdução de portagens.
«Queremos manifestar a nossa revolta contra o governo e o poder de Lisboa, que tem sugado as divisas do turismo do Algarve, não tem ligado à região e, agora, em período de crise, lança-nos um xeque mate, porque ficamos aqui cercados e isolados quase como um enclave», disse José Vitorino.
Os algarvios «vão ter que pagar e ter barreiras para se deslocar entre os concelhos onde moram e trabalham», situação que disse ser «quase criminosa» e irá «empurrar turistas e residentes para a estrada da morte», a Estrada Nacional 125, acrescentou.
Manifestou-se ainda «contra a AMAL [Comunidade Intermunicipal do Algarve], porque os presidentes de câmara andaram durante cerca de dois anos a brincar com coisas sérias e a virar o bico ao prego em função dos seus interesses político-governamentais, traindo o eleitorado nas eleições [Autárquicas] de 2005 e 2009».
Por seu lado, João Vasconcelos, da Comissão de Utentes da Via do Infante, considerou «positiva» a participação de mais de duas centenas de automóveis e de uma centena de motos na manifestação.
«Independentemente de o ministro ter anunciado[ontem] a introdução de portagens, estão aqui muitas pessoas. Isto não é fácil, mas é mais uma demonstração que uma parte da sociedade algarvia está descontente com a introdução de portagens e vamos continuar a lutar mesmo depois da sua introdução», afirmou.
Também presentes na marcha lenta, os deputados do PCP (Paulo Sá) e do Bloco de Esquerda (Cecília Honório), eleitos pelo Algarve, consideraram que a introdução de portagens na Via do Infante é uma medida «injusta», que deve ser suspensa.
Paulo Sá disse à Agência Lusa que «é indispensável travar uma luta na rua contra a intenção do governo de introduzir portagens» na A22. «É importante que os algarvios saiam todos para a rua, protestem e exijam do governo a suspensão da medida», afirmou ainda Paulo Sá, pois, «se os algarvios protestarem de uma forma efetiva e empenhada, o governo pode recuar».
Por seu lado, Cecília Honório classificou a marcha lenta como «um grande protesto, uma grande manifestação por uma luta que é absolutamente justa».
A deputada bloquista, que salientou o facto de a manifestação até ter contado com pessoas vindas de Espanha, disse que «agravar a crise com crise, colocando portagens na Via do Infante, só vai agravar o problema» do Algarve.
Cecília Honório defendeu ainda a necessidade de suspender a introdução de portagens, «porque quando a sociedade tem razão e quando há um protesto com esta dimensão, há um governo que tem que ouvir».
Muitos e originais protestos
Na marcha lenta, além dos cartazes da manifestação colados nos carros, houve quem fizesse os seus próprios cartazes de protesto. É o caso de um cartaz colado na janela traseira de uma viatura, onde a participante escreveu uma letra alternativa para o hino nacional:
«Heróis do mal
Pobre Povo
Nação doente
… E mortal
Expulsai os tubarões
Exploradores de Portugal
Entre as burlas
Sem vergonha
Ó Pátria
Cala-lhe a voz
Dessa corja tão atroz
Que há-de levar-te à miséria
P’ra rua, p’ra rua
Quem te está a aniquilar
P’ra rua, p’ra rua
Os que só estão a chular
Contra os burlões
Lutar, lutar»
Foi ainda o caso do manifestante que participou na marcha lenta, junto ao Fórum Algarve, de bicicleta, ostentando um cartaz que dizia: «Algarve? Só de bicicleta».
Outros manifestantes ostentavam cartazes com palavras de ordem como «Portajar = Matar», «Portajar Via do Infante é atirar-nos para a estrada da morte» ou ainda «Vamos andar a Passos de caracol».
Sul Informação
Marcha lenta anti-portagens também é notícia em Espanha
Por Elisabete Rodrigues - Sul Informação
Temas Portagens
Transportadores da região de Huelva, bem como representantes políticos de Ayamonte, participaram no sábado na manifestação convocada pela Comissão de Utentes da Via do Infante contra as portagens na A22.A marcha lenta, segundo o jornal online www.odielinformacion.es, contou com a participação do alcaide de Ayamonte, Antonio Rodríguez Castillo (PSOE), assim como dos restantes grupos políticos, apoiados pela Federação Nacional de Associações de Transportes de Espanha (Fenadismer) e da União Cooperativas de Transportes (Ucotrans).
O secretário geral da Fenadismer, Juan Antonio Millán, em declarações ao Europa Press, afirmou o seu «mais enérgico protesto» contra a imposição de portagens na A22, e recordou que os transportadores espanhóis já manifestaram à Europa o seu protesto contra qualquer aumento de custo de uma infraestrutura, «chame-se ele portagem ou eurovinhetas».
Em editorial, o Odiel Informacion escreveu que as portagens irão «afetar o transporte de mercadorias, o comércio e, sobretudo, o turismo, um dos setores que conseguiu subir precisamente graças às facilidades de deslocação que oferecia a nova autoestrada que ligava Ayamonte e Vila Real de Santo António».
«Este agravamento pode significar que tanto os onubenses como os cidadãos e turistas do Algarve se verão obrigados a modificar os seus destinos, com as repercussões negativas que isso provocará nos municípios fronteiriços situados em ambos os lados do Guadiana», continua o editorial do jornal andaluz.
«Nestes momentos económicos tão delicados, não parece justificada esta portagem, sobretudo porque a alternativa gratuita que existe por estrada é utilizar a Nacional 125, que liga Castro Marim a Sagres, mas esta via regista um dos maiores índices de perigosidade e, para mais, durante os meses de verão, tornaria a suportar mais tráfego que o que pode».
«Tanto a Junta de Andalucía como o Governo central [de Espanha] deveriam atuar em uníssono para expressar perante a UE uma queixa formal pela imposição desta portagem que tanto pode prejudicar esta província [de Huelva]», conclui o editorial.
Leia a notícia completa aqui:
Masiva protesta en Faro
www.odielinformacion.es/index.php/component/k2/item/4513-masiva-protesta-en-faro
Leia o editoral aqui:
Nueva protesta contra el peaje de la autovía del Algarve
http://www.odielinformacion.es/index.php/component/k2/item/4551-nueva-protesta-contra-el-peaje-de-la-autov%C3%ADa-del-algarve
Comissão de Utentes da A22 pede intervenção de Cavaco
Os utilizadores da Via do Infante querem que o Presidente da República se pronuncie sobre a introdução de portagens naquela v
Ouvido pela TSF, no final de uma marcha lenta na zona de Faro, José Domingos, da Comissão de Utentes da A22, pediu a intervenção do Presidente da República.
«O sr. Presidente da República era primeiro-ministro quando esta via foi construída e garantiu aos portugueses que nunca iria ter portagens», afirmou José Domingos.
«O sr. PR costuma dizer que nunca se engana, então, venha pronunciar-se sobre a Via do Infante», acrescentou.
TSF
«O sr. Presidente da República era primeiro-ministro quando esta via foi construída e garantiu aos portugueses que nunca iria ter portagens», afirmou José Domingos.
«O sr. PR costuma dizer que nunca se engana, então, venha pronunciar-se sobre a Via do Infante», acrescentou.
TSF
O protesto, que chegou à entrada de Faro às 18 horas, foi organizado pela Comissão de Utentes da Via do Infante.
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A marcha lenta de protesto contra a introdução de portagens na Via do Infante (A22) provocou hoje graves constrangimentos num dos principais acessos à cidade de Faro, onde ainda existe uma longa fila de trânsito.
O protesto foi organizado pela Comissão de Utentes da Via do Infante, o Movimento Não às Portagens na A22, o movimento independente autárquico Com Faro no Coração e o Motoclube de Faro.
Na iniciativa participaram cerca de duas centenas de automóveis e mais de uma centena de motos que saíram pouco depois das 14:00 do Parque das Cidades, junto ao Estádio Algarve (Faro/Loulé), em direção à capital algarvia, passando pelo aeroporto.
O protesto chegou à entrada de Faro cerca das 18 horas.
O Expresso
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