CGTP convoca semana de luta com greves
Entre 20 e 27 de Outubro, incluirá greves nos sectores privado e público. Carvalho da Silva afirma que os 100 dias de governo da direita “foram uma desgraça”e apela ao PS para que “não seja complacente com as políticas da troika”. Louçã diz que "o povo na rua é a melhor resposta".
Os 100 dias da governação PSD-CDS “foram uma desgraça”, diz Carvalho da Silva. Foto de Paulete Matos
O secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, acusou o primeiro-ministro de ter andado, “conscientemente, a mentir aos portugueses” durante a campanha eleitoral e afirmou que os 100 dias da governação PSD-CDS “foram uma desgraça”. O sindicalista lançou um apelo ao PS: “Não sejam complacentes com as políticas da troika”.
E explicou: “Queremos dizer, sem arrogância, que o Partido Socialista não pode continuar prisioneiro do memorando da troika. Não pode haver condescendência. Não pode haver hesitações, complacência com as políticas neoliberais e neoconservadoras”, disse.
Dinâmica de luta colectiva
Carvalho da Silva afirmou que o caminho que Portugal está a percorrer, cumprindo o memorando de entendimento com a troika, é o mesmo que conduziu a Grécia à sua actual situação. “A Grécia está como está, exactamente porque se submete às regras impostas pela troika”.
O secretário-geral da CGTP defendeu a necessidade de um projecto político alternativo, que aposte no combate à fraude e à evasão fiscal, e que taxe a verdadeira riqueza. “A solução está na construção de uma dinâmica e de uma luta colectiva”, frisou.
O sindicalista destacou que não se pode cortar nos direitos das gerações mais jovens. “É preciso continuar a lutar pelo direito à saúde, à segurança social, à protecção na velhice, por infra-estruturas que propiciem o desenvolvimento da sociedade.”
Em Lisboa, o desfile foi encabeçado pelos camionistas da TNC (empresa que abriu insolvência deixando os funcionários sem receber há dois meses), que foram fortemente aplaudidos à entrada da Avenida da Liberdade.
No Porto, a manifestação concentrou “entre 50 a 60 mil pessoas”, que mostraram assim estar contra a “política desastrosa que o governo está a impor”, disse João Torres, coordenador da União dos Sindicatos do Porto.
"O povo na rua é a melhor resposta", diz Louçã
O coordenador do Bloco de Esquerda, que marcou presença na manifestação de Lisboa, defendeu que "o povo na rua é a melhor resposta" para as medidas de austeridade dos barões do PSD que dirigiram o BPN e a Madeira.
"Os barões do PSD, alguns deles tão importantes, dirigiram o BPN, uma intrujice pegada. Há 35 anos dirigem a Madeira, uma vigarice nas contas, querem fazer crer ao país que empurrando-o para medidas de destruição, no caminho da Grécia, podemos evitar a crise da Grécia", acusou Francisco Louçã.
"Nós já estamos nessa recessão, isso é gravíssimo e por isso é que é preciso uma alternativa forte e o povo na rua é a resposta", defendeu.
Para Francisco Louçã, é indispensável que os trabalhadores defendam a Segurança Social e o Serviço Nacional de Saúde, e que denunciem a vigarice das contas, “das medidas que já retiraram metade do subsídio de Natal, agravando sistematicamente as condições de vida e de emprego".
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