Utentes da A22 e autarcas algarvios dizem que cobrança vai provocar situação "insustentável" | |||||||
A cobrança de portagens na Via do Infante (A22) e o princípio da “discriminação positiva”, aprovados na quinta-feira pelo Governo, foram hoje fortemente criticados por autarcas algarvios e pela Comissão de Utentes da A22, que consideram a situação "insustentável". A falta de alternativas à A22 (autoestrada), o atraso "de anos" nas obras de requalificação da EN125 (estrada nacional), os cortes das obras públicas nas estradas e a "armadilha" nos princípios da universalidade e do utilizador pagador, que garantem isenções e descontos num "curto espaço temporal" são as principais críticas apontadas. Para João Vasconcelos, da Comissão de Utentes da Via do Infante, esta medida é "uma falácia" e "uma mistificação" com duração limitada que não resolve o problema essencial - "a ausência de alternativas à Via do Infante", agravada pela “paragem” da requalificação da EN 125. No mesmo sentido, o presidente da Câmara de Portimão, Manuel da Luz, referiu à Lusa que o regime de discriminação positiva está "armadilhado" com uma "perspetiva temporal limitada" e de "curto prazo." "Se formos a ver bem, esta medida vai durar, na prática, um, dois, três anos, e depois? Isto não resolve a questão de fundo, que é não haver uma razão fundamentada para a instalação de portagens na A22 e de a EN125, que é uma rua que atravessa o Algarve, não constituir uma alternativa à A22", concluiu. Para o presidente da Câmara Municipal de Faro, Macário Correia, o que parece estar a ser desenhado "é um processo de introdução das portagens sem a requalificação da EN125, o que vai criar problemas de sinistralidade que colocam riscos acrescidos à vida dos condutores". O autarca farense prevê "filas e entradas de cidades congestionadas nas horas de ponta" e vê com "muita preocupação" a lentidão das obras de requalificação da EN125, que "vão levar, no mínimo, dois anos a estar concluídas". Macário Correia alertou que se tem vindo a ponderar "cenários" que levam a algo "mais drástico", referindo-se aos cortes que o Governo pretende fazer "na ordem dos 1.000 milhões de euros" em obras já lançadas em algumas estradas. "O secretário de Estado das Obras Públicas transmitiu-me, esta quinta feira, que o Governo estava a analisar a situação delicada do Algarve e a fazer um esforço de reflexão para que não houvesse alterações substantivas, àquilo que é o processo da obra na EN125", afirmou o autarca, acrescentando que, por não haver "uma via alternativa no Algarve", espera que esses cortes não se façam sentir. Diário Online |
segunda-feira, outubro 17, 2011
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