A cassete do Pedreira na RTPN. Manobras que visam obrigar os docentes a engolirem o monstro por etapas
A ministra saiu de cena. O Valter anda afastado. Recua a ministra e o Pedreira dá a cara pela defesa de uma política que transformou as escolas em campos de batalha e o currículo numa confusão. Juntaram uma ex-anarquista e um ex-sindicalista e o resultado está à vista. Confrontado com o jornalista, o Pedreira pega na cassete:
1. Era o que faltava os professores não serem avaliados.
2. Há que cumprir a lei e os professores são funcionários públicos e, portanto, só têm de cumprir a lei.
3. É insustentável que os professores tenham mais uma ano sem avaliação.
E a cassete continua com ameaças veladas de que o Governo vai fazer cumprir a lei.
Cada vez que o Pedreira abre a boca, são mais uns milhares de professores que se juntam aos 120 mil que encheram as ruas de Lisboa no dia 15/11 e que fizeram greve hoje.
E o Pedreira insiste que a adesão à greve foi de 60% e que a maioria das escolas estiveram abertas. Ok. Estiveram abertas mas com as salas vazias.
O Mário Nogueira saiu-se bem. Inquirido pelo jornalista em separado - ao que parece o Pedreira recusou-se a um frente a frente com o Mário Nogueira - , o dirigente da FENPROF foi claro: sem o fim da divisão da carreira em duas categorias e sem o fim das quotas não há acordo possível. Desmontou bem a opacidade e a impraticabilidade de um modelo de avaliação que vai de simplificação em simplificação mas que mantém a sua essência. Com o novo ECD e o modelo burocrático de avaliação, dois terços dos professores estagnam a pouco mais de meio da carreira. A simplificação tem um carácter transitório. Logo que os professores aplicassem a versão simplificada, o ME exigiria, de seguida, o cumprimento, na totalidade, do decreto regulamentar 2/2007 em toda a sua extensão e dimensão burocrática e injusta. Mas os professores já não se deixam enganar e não confiam, nem um pouco, nesta equipa ministerial. Com estas manobras, o Governo pretende que os professores "acomodem" aos poucos o modelo burocrático de avaliação. E se o fizessem, a pouco e pouco os professores seriam obrigados a "engolir" o monstro todo. A estratégia do Pedreira é a estratégia da cobra que engole o cordeiro. Aos poucos. Por partes. E de repente, a cobra engole o cordeiro todo.
ProfAvaliação
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