domingo, novembro 14, 2010

Alegre defende SNS, mesmo que seja contra o governo do PS

Candidato presidencial diz que qualquer governo que tente pôr em causa aspectos concretos como o SNS, a escola pública, a segurança social, mesmo que seja o do PS, terá a sua oposição.
"É preciso que os jovens tomem nas mãos os seus destinos, que se revoltem!", diz Alegre

Em entrevista ao semanário Expresso, Manuel Alegre acusou o actual presidente, Cavaco Silva, de nada fazer perante as ameaças da chanceler alemã Angela Merkel a Portugal. “Isso é do domínio político, não é dos mercados”, apontou. Referindo-se a Cavaco Silva, disse: “Tem absoluta falta de comparência. Pelo menos não se dá por ele e este é um combate político que Portugal tem de travar. Somos parceiros iguais da UE, não temos de ter nenhum complexo de inferioridade. Temos de falar e a voz do Presidente é que garante a representação nacional. Estamos a assistir a um eixo neoimperial Berlim-Paris. E devia explicar-se à senhora Merkel que esta posição, não servindo a Europa, não serve a Alemanha.”
Para Manuel Alegre, o PR não devia dizer o que disse ao Expresso, que “não adianta” protestar contra o FMI e os mercados. “Se nos colocarmos nessa posição cada vez nos ligam menos. Com a ameaça aos credores por parte de Merkel há uma tentativa de empurrar os países periféricos: se não aceitam o garrote, saiam.”
O candidato considera que “os portugueses estão muito angustiados, os jovens nomeadamente. É uma das coisas que me afligem muito e me dão vontade de entrar neste combate político. É preciso que eles tomem nas mãos os seus destinos, que se revoltem!”, observando que “a juventude, hoje, está mais fragmentada, o que dificulta o protesto e a acção reivindicativa. E nesta situação falta Presidente.”
Manuel Alegre acusa Cavaco de ser apoiado mais claramente pelo PSD e pelo CDS. “Se não descolar desse projecto teremos um Presidente que deixará de ser de todos os portugueses.”
Já Alegre não será, garante, um presidente de facção. “Porque eu tenho uma posição clara sobre aspectos concretos da nossa democracia, o SNS, a escola pública, a segurança social…Qualquer governo que os tente pôr em causa, mesmo que seja o PS, terá a minha oposição. Não sei se Cavaco dá a mesma garantia.”
Leia aqui a entrevista

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