terça-feira, novembro 16, 2010

Saúde: crise é oportunidade de negócio para sector privado

Sector privado já controla 40% dos cuidados de saúde em Portugal. Em 2009, o seu volume de negócios foi de 900 milhões. Este ano será bastante superior. As medidas de austeridade, que reduzem a oferta pública, premeiam os grandes grupos financeiros e as seguradoras.
O Grupo José de Mello Saúde, do qual Salvador de Mello é presidente do Conselho de Administração, é um dos três maiores grupos privados na área da saúde. Em 2009 teve um volume de negócios na ordem dos 265 milhões de euros. Foto de Andre Kosters, Lusa.
O Grupo José de Mello Saúde, do qual Salvador de Mello é presidente do Conselho de Administração, é um dos três maiores grupos privados na área da saúde. Em 2009 teve um volume de negócios na ordem dos 265 milhões de euros. Foto de Andre Kosters, Lusa.
O presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), Teófilo Leite, afirma que a “crise cria oportunidades” para o sector privado na área da saúde, já que as medidas de austeridade implementadas pelo governo português se traduzem na redução da oferta pública.
Se, em 2009, o volume de negócios do sector privado na área da saúde atingiu cerca de 900 milhões de euros, em 2010, o mesmo deverá ultrapassar os mil milhões, adianta o responsável da APHP.
Os três maiores grupos económicos – HPP, Espírito Santo e José de Mello Saúde – detêm 70% da cota de mercado. Em 2010, o Grupo Espírito Santo Saúde terá um aumento de 12,5% no seu volume de negócios face a 2009, cerca de 245 milhões de euros. O Grupo José de Mello Saúde já ultrapassou este valor em 2009, tendo registado um volume de negócios de 265 milhões de euros.
Da totalidade dos utentes do sector privado, 30% são beneficiários de seguros de saúde.
OE’2011 premeia grandes grupos financeiros na área da saúde
O Orçamento do Estado para 2011 prevê um corte na área da saúde de 13% em relação a 2009. O investimento público em saúde é reduzido ao mínimo dos mínimos, no entanto, a verba prevista para os grandes grupos financeiros que operam no mercado da saúde, como os proprietários dos grandes hospitais privados, cresce. De 175 milhões passa, em 2011, para 235 milhões.

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