VIVA A GREVE GERAL
Hoje, dia 24 é dia de greve geral, é dia para mostrarmos o nosso descontentamento. Esta greve peca por ser demasiado "branda". O que este País precisa é de uma greve geral. sim, mas por tempo indeterminado, até à queda final de um governo que só nos desgoverna.
O País chegou ao estado a que chegou essencialmente por causa de uma classe política promíscua, uma classe política subserviente aos interesses do grande capital, uma classe política que só existe para um enriquecimento fácil, para toda uma série de mordomias.
José Penedos, destacado membro do P"S" e ex-presidentde da REN, teve direito a um prémio de 240.000€ (duzentos e quarenta mil euros), quando está acusado de ter delapidado a empresa, marioritáriamente detida pelo Estado. É certo que ainda não foi julgado nem condenado, mas mesmo assim e "admitindo" o direito ao prémio, enquanto estivesse a decorrer o processo não deveria receber nada. De qualquer forma, esse prémio é um insulto a todos nós, que temos de pagar a "crise". Quantos trabalhadores há na REN a ganhar 500€? Faça-lhe as contas e constará que esses trabalhadores tem que trabalhar 35 anos para receberem esse valor.
Estamos a falar de "prémios" que os gestores das empresas públicas ou participadas pelo Estado atribuem a si próprios, como se não bastasse os chorudos ordenados que auferem. Uma vergonha!!!
Na Suiça, a reforma máxima é de 1700€ (mil e setecentos euros) e não são permitidas acumulações de reformas. O princípio é de que se ganhou mais, também teve oportunidade de proceder a poupança e os 1700€ mensais são suficientes para a sua velhice. Em Portugal tudo é permitido, porque são os políticos que criam essas "facilidades" para si próprios, enquanto que ao trabalhador por conta de outrém são pedidos todos os sacrifícios. Quantas reformas tem Cavaco Silva? Quantas reformas tem Manuel Alegre? Quantas reformas tem Mário Soares?
Por outro lado, é público que há cerca de 50 câmaras municipais em falência técnica. Provavelmente haverá até mais do que isso. Só a câmara de Faro deve cerca de 50 milhões. Como foi possível chegar a esta situação? E as outras? A de Olhão quanto deve, qual é o montante ddos empréstimos pedidos à banca e quanto deve aos fornecedores de bens e serviços?
Vivemos num País em que os políticos não são responsabilizados por nada. Eles levam as autarquias à falência e não respondem civil e criminalmente por tais actos e, mesmo, quando respondem o que lhes poderá acontecer é uma "pena" suspensa. Pois é, se for um desgraçado que seja apanhado a apropriar-se de um bem comestível num supermercado das grandes superfícies vai parar ao "cagarrão". O primeiro ministro aparece associado a toda uma série de situações menos claras e que para o "Zé" estão bem "claras". Na cabeça do "Zé" ele é culpado mas não responde. Os ministros e secretários de estado aparecem nos mais rocambolescos negócios e não respondem.
É um mal que vai da direita à esquerda. Ninguém pede a responsabilização civil e criminal dos políticos. Nesta porca democracia não há ética e quando nos apelam à ética, é a ética do silêncio que nos pedem. Não há moral e quando nos falam em moral é para nos pedir que continuemos deixarmo-nos roubar por uma classe políttica abjecta.
Esté é um País com duas "justiças". Uma "justiça" para os ricoe e poderosos, outra para os "pobres e descamisados. É um País com duas "saúdes". Uma para quem tem "posses" outra para quem não tem como pagar . É um País com duas "educações". Uma para quem pode pagar aos privados (apoiados com subsídios do estado, por todos nós) e a outra para quem não pode pagar.
As eleições são uma farsa. Os partidos que fazem alternância do Poder tem sempre mais possibilidades que os outros. Os partidos que fazem a alternância do Poder tem as televisões, tem as rádios, tem os jornais e "montes de massa" para gastarem em eleições. É esta a "igualdade" da nossa democracia.
Estamos tramados! No próximo ano temos eleições presidenciais e muito provavelmente eleições legislativas. Vai-se gastar uma "pipa de massa" com um vencedor antecipado que se dá ao luxo de dizer que vai gastar o mínimo. Pura demagogia. Mas, entre uns e outros, que venha o diabo e escolha. Nada mudará neste País por ser A ou B. Quem quer que seja eleito será apenas e só apenas mais um corta-fitas. Quanto aos partidos, vamos ser confrontados com mais do mesmo. Quem quer que ganhe as eleições em 2011 não deixará de nos sobrecarregar a canga, não deixará de se governar a si e aos seus boy's le não deixará de utilizar os blindados que "seriam" para a cimeira da NATO ao carregarrem sobre o Povo deste País quando as "coisas" azedarem mais um bocado.
Votar? Votar em quê e em quem? Algum político assume um compromisso sério com o eleitorado? Infelizmente, no "sistema" que nós temos, basta um voto para legitimar o Poder, para perpetuar esta desgraça nacional.
A greve geral não é um dia de descanso. É, sim, um dia de luta por direitos perdidos, um dia de luta contra a classe política que nos rouba descaradamente e que devemos ousar enfrentar. Mas não é só com um dia de greve que conseguiremos pôr ordem na casa. É preciso mais, muito mais...
A Defesa de Faro
0 comentários:
Enviar um comentário