sábado, novembro 27, 2010

«Marcha da indignação» contra as portagens entupiu acessos a Faro durante uma hora (com fotos)

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filipe antunes Ver Fotos »
João Vasconcelos, da Comissão de Utentes da Via do Infante, na manifestação anti-portagens

Cerca de duas dezenas de viaturas realizaram, ao final da tarde desta sexta-feira, uma marcha lenta de protesto contra a introdução de portagens na Via do Infante. Caravana bastou para instalar a confusão ao final da tarde.
A iniciativa, promovida pela Comissão de Utentes da Via do Infante/A22, teve início junto ao sítio do Arneiro (próximo da saída Faro Aeroporto), por volta das 18h20, rumando depois até à rotunda do hospital, já no casco urbano da cidade de Faro.

As operações foram comandadas pela PSP, que seguia na frente do pelotão, enquanto as viaturas da comissão e de outros manifestantes que se juntaram à iniciativa apitavam e utilizam os quatro piscas como forma de contestação.

De acordo com o líder da Comissão de Utentes João Vasconcelos, o protesto pretendeu demonstrar que a EN125, com parte do seu traçado coincidente com avenidas centrais de Faro, não constitui uma alternativa à A22.

O resultado da marcha de protesto traduziu-se numa fila de largos quilómetros, que se estendia desde as imediações do Estádio Algarve até ao centro da cidade.

A existência de semáforos ao longo do percurso, a que se juntou um pequeno acidente, engrossaram ainda mais as filas, com muitos automobilistas a tentar encontrar alternativas – ou mesmo a circular nas bermas – para chegar mais rápido à capital do Algarve.

Apesar de o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (Amal) Macário Correia já ter vindo a público dizer que a instalação dos pórticos que permitirão a cobrança de portagens estar para acontecer «dentro de dias», ainda assim o líder da plataforma anti-portagens considera que «vale a pena» continuar com os protestos.

«Vale sempre a pena protestar porque isso significa que a sociedade civil está viva e manifesta-se. A luta [contra as portagens] tem ser ainda maior, no futuro, e para isso temos de envolver mais cidadãos e empresas. Só desta forma conseguiremos cumprir os nossos objetivos», disse João Vasconcelos.

Apesar de várias entidades empresariais e figuras políticas algarvias já terem declarado publicamente a sua oposição à cobrança de portagens, mais uma vez voltaram a não marcar presença no protesto marcado pela comissão, uma posição que Vasconcelos considera «estranha».

A manifestação desta sexta-feira fica igualmente marcada pelos slogans de protesto, que, inscritos em faixas negras, alertavam que o previsível aumento de tráfego na EN125 vai aumentar a sinistralidade nesta que já foi considerada a estrada da morte.

Na quarta-feira, o presidente da Amal disse que a instalação de pórticos de pagamento na A22 está iminente e anunciou que algumas empresas algarvias já foram contactadas para proceder à instalação das estruturas que irão permitir a leitura dos chips e matrículas, efetivando a cobrança.

A atitude do Governo está a ser considerada «pouco elegante» por Macário Correia, visto que a Amal aguarda, há mais de dois meses, por uma audiência com o primeiro-ministro José Sócrates.

O objetivo da reunião seria apelar à tutela o adiamento da cobrança de portagens até à conclusão das obras de requalificação da EN125, o que só acontecerá em 2012.

A data limite para a introdução de portagens na Via do Infante é o dia 15 de Abril de 2011. Contudo, o processo pode ser antecipado, caso as concessionárias tenham condições para tal.
26 de Novembro de 2010 | 23:50
filipe antunes
Barlavento 

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