terça-feira, novembro 02, 2010

Orçamento: debate prepara o PEC IV

José Manuel Pureza denuncia agenda escondida no debate: novas medidas serão justificadas com o buraco adicional de 500 milhões de euros, principal resultado do acordo entre o governo e o PSD.
"O PSD limitou-se a agravar a proposta arrasadora do governo", disse Pureza. Foto de JOSÉ SENA GOULÃO / LUSA

No debate que começou esta terça-feira sobre o Orçamento de Estado de 2011, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, José Manuel Pureza, denunciou que o que for votado na quarta-feira não será aquilo que realmente vai valer para o país.
“Este debate serve apenas de pórtico para o PEC IV, que cavalgará este Orçamento e será justificado para cobrir um buraco adicional de 500 milhões de Euros, principal resultado do acordo entre o governo e o PSD”, afirmou.
Para o deputado bloquista, a agenda escondida pairou nas conversas entre governo e PSD, lembrando o que disse Passos Coelho: “o pior ainda está para vir”.
“Para o milhão e meio de pessoas que, ontem mesmo, viu o abono de família ser-lhe suprimido ou drasticamente diminuído; para os trabalhadores, da função pública mas também do privado, que vêem os seus salários diminuídos, para todos, PS e PSD só têm uma certeza para oferecer: 'o pior ainda está para vir'”.
Para José Manuel Pureza, o PSD limitou-se a agravar a proposta arrasadora do governo: “este é o orçamento com maior subida da carga fiscal – em impostos sobre o trabalho e em IVA – de que há memória na democracia portuguesa”, denunciou, lembrando ainda o “beneplácito de Belém” a um Orçamento que vai provocar a recessão. “Olhem para a Irlanda, olhem para a Grécia: fizeram o que nos nossos PEC’s e neste orçamento é apresentado como solução – e estão pior que antes”, afirmou Pureza.
O líder parlamentar do Bloco defendeu que havia alternativas: limitar os benefícios fiscais às maiores empresas daria para evitar o aumento do IVA; ou tributar a PT pelo negócio da Vivo, já que “nenhum português compreende que uma empresa que lucra 7500 milhões de euros nem um cêntimo pague pelo maior negócio de sempre da economia portuguesa.”

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