Groundforce: despedimento prepara privatização da TAP
“Era responsabilidade do Estado encontrar alternativas para os trabalhadores, mas nada lhes foi oferecido”, diz a deputada Cecília Honório, do Bloco de Esquerda, para quem se está a preparar a privatização da TAP.
Crianças participam na manifestação dos trabalhadores despedidos da Groundforce em Faro. Foto de LUIS FORRA/LUSA
A deputada Cecília Honório denunciou que na Groundforce se está perante um “despedimento colectivo numa empresa do Estado”, de “uma brutalidade social insuportável”. Para a deputada, o despedimento de 336 trabalhadores no aeroporto de Faro é claramente “uma forma de garantir que a TAP é privatizada, limpando os problemas que possa ter neste momento”.
“A prazo, a privatização da TAP e o fim da Groundforce custarão mais aos cidadãos do que preservar estes postos de trabalho, e é uma negociata que está por trás deste processo de privatização da TAP”, apontou Cecília Honório.
Protesto no aeroporto
Cerca de 200 pessoas concentraram-se esta sexta-feira no aeroporto de Faro, num protesto convocado por e-mail e sms contra os despedimentos na Groundforce. Participaram trabalhadores, amigos e familiares, querendo demonstrar a sua oposição à decisão da administração da empresa.
José Conceição e Maria João Ribeiro, membros da subcomissão de trabalhadores de Faro da Groundforce, disseram à Lusa sentir-se reconfortados com o apoio recebido: "Isto é uma situação inédita, nunca houve um despedimento desta dimensão na região e o sentimento é de desilusão e tristeza", disse Maria João Ribeiro. José Conceição frisou que os trabalhadores "têm feito alguns sacrifícios, sem apontar horas, sem almoçar" e que, "depois de um Verão tão movimentado quanto o que passou, esta foi uma situação completamente inesperada".
Tão mais inesperada quanto há pouco mais de um ano, o secretário de Estado das Obras Públicas assinou um protocolo tripartido, em que se garantia o compromisso de não haver despedimentos na Groundforce, segundo revela o Expresso online.
Despedimento feito “de forma brutal”
Cecília Honório frisou que o despedimento foi feito “de forma brutal e sem qualquer alternativa oferecida. E havia várias. É responsabilidade do Estado e das entidades encontrar essas alternativas, mas não lhes foi oferecido nada”.
O presidente do Sindicato dos Técnicos de Handling dos Aeroportos, André Teives, anunciou que vai pedir uma audiência ao primeiro-ministro, José Sócrates, repudiando "a atitude do governo e dos ministérios da tutela que deixaram que 336 funcionários fossem despedidos por e-mail".
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