segunda-feira, maio 19, 2008

Estudo do CNE propõe fusão do 1º e do 2º CEB. ME defende proposta semelhante

Um estudo do Conselho Nacional de Educação (CNE) recomenda a fusão dos 1º e 2º ciclos do ensino básico para acabar com «transições bruscas», com apenas um professor, progressivamente apoiado por outros docentes em pelo menos duas áreas.

Segundo o estudo «A Educação das crianças dos 0 aos 12 anos», este ciclo de seis anos «visaria neutralizar as transições bruscas identificadas ao nível da relação dos alunos com o espaço-escola, as áreas e os tempos de organização do trabalho curricular, a afiliação dos professores, o seu papel de aluno e com o desenvolvimento gradual das competências esperadas».

Por outro lado, recomenda-se para este ciclo o regime de monodocência com progressiva co-adjuvação, pelo menos em duas áreas, uma mais voltada para as ciências e outra para as letras.

No entanto, os autores do estudo, que será apresentado terça-feira num seminário no CNE, reconhecem que o modelo «ideal, mais interessante e mais flexível» estaria assente em «equipas multidisciplinares», lideradas por professores «especialmente vocacionados» para iniciar as crianças no domínio das literacias e professores mais orientados para o conhecimento disciplinar, embora ainda integrado. Leia o resto no Sol Online.

Comentário

Mais logo tenciono deixar aqui um post mais aprofundado. Esta proposta vem ao encontro dos desejos da ministra da educação que, há mais de dois anos, prepara uma reforma do 2º CEB que vai reduzir o número de professores para metade nos 5º e 6º anos. No fundo, essa reforma já está em marcha com a aprovaçao da nova legislação sobre as habilitações para a docência (decreto lei nº 43/2007 de 22 de Fevereiro), que prevê a figura do professor para os 6 anos de escolaridade. É o chamado 4º perfil, que prevê a formação de professores para leccionarem nos 1º e 2º ciclos do Ensino Básico. Estes professores terão uma formação de 4 anos e meio (três anos de formação em educação básica, mais 3 a 4 semestres de formação de 2º ciclo, com grau de mestre).
A ser levada à prática, estaremos perante mais uma experiência pedagógica com resultados incertos. Resultados certos apenas um decréscimo nos custos com os salários porque se registará uma redução no número de professores nos 5º e 6º anos de escolaridade.
In ProfAvaliação

0 comentários: