domingo, maio 18, 2008

Professores descontentes com a profissao

Quase 44% dos professores não escolheriam a sua profissão hoje em dia, revela um estudo, ontem apresentado no Porto, realizado pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) a pedido da Associação Nacional de Professores (ANP).

"O facto dos professores estarem insatisfeitos com a sua condição tem um grave reflexo na aprendizagem dos alunos", disse João Ruivo, responsável pelo estudo realizado pelo Centro de Estudos e de Desenvolvimento Regional (CEDER), à margem do V Encontro Luso-Espanhol sobre a profissão docente.

João Grancho, presidente da ANP, disse que, segundo o estudo, "quase 80% dos professores querem um sistema de auto-regulação, uma Ordem dos Professores". "Como ponto de partida para este sistema, enfatizamos (ANP) a criação de um código deontológico para a profissão de docente, que é a única que trata da formação das pessoas que não tem um código".

O estudo baseado numa amostra de educadores de infância e professores do Ensino Básico e do Secundário e que João Ruivo considerou "marcante por não existir nenhum sobre a matéria, com rigor científico, desde 1990", revela ainda que 61% não sente que o seu trabalho seja reconhecido pela sociedade.

Para além disso, mais de 90% revelam uma grande preocupação para com o seu futuro profissional e não estão satisfeitos com o pouco apoio pedagógico que o Ministério da Educação lhes dá.

Dos resultados obtidos foi também possível concluir que "a maioria não está satisfeita com o interesse revelado pelos alunos nas questões de aprendizagem escolar, e também apresenta insatisfação quanto às políticas educativas do Ministério da Educação, assim como com o trabalho desenvolvido pelos sindicatos".

Os concursos profissionais são também alvo de críticas, revelando os professores inquiridos, que estes causam instabilidade profissional.

Segundo o presidente da ANP, o estudo, que culminou no lançamento do livro "Ser Professor Satisfação Profissional e Papel das Organizações de Docentes", será enviado ao Ministério da Educação "pela sua utilidade, importância e relevo".

In JN de hoje

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