sábado, dezembro 06, 2008

Palataforma sindical suspende greves regionais

A Plataforma Sindical dos Professores suspendeu hoje as greves regionais agendadas para a próxima semana, considerando que, pela primeira vez, o Ministério da Educação (ME) aceitou negociar uma eventual suspensão do modelo de avaliação de desempenho.

No final de um breve encontro com o secretário de Estado Adjunto e da Educação, o porta-voz da Plataforma, Mário Nogueira, anunciou que será realizada no próximo dia 15 uma reunião "onde tudo estará em cima da mesa", nomeadamente a revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD).

"Perante a disponibilidade do ME, que, pela primeira vez, aceitou uma negociação onde não estão apenas as questões da avaliação mas outros aspectos do ECD, em nome da Plataforma suspendemos as greves regionais da próxima semana", afirmou o sindicalista.

(notícia da Agência Lusa)

Comentário provisório, pela escassa informação ainda existente:

1) A confirmar-se o que diz Nogueira, é de facto importante que o Ministério da Educação, pela primeira vez, se mostre disponível para negociar o Estatuto da Carreira Docente, que é o centro desta luta e a raíz de muitas das injustiças.

2) De acordo com as notícias até agora veiculadas, em nenhum momento o governo se mostrou disponível para suspender o seu modelo de avaliação este ano, mas sim apenas no próximo.

3) Como se pode ver pelo inquérito que temos na coluna direita deste blogue, apenas 3% dos professores que votaram apoiam esta opção: aplicar este ano para substituir no seguinte, mesmo que no quadro da revisão do ECD. Não tendo a força de uma sondagem (votaram menos de 400 pessoas), é contudo um indicador a não desprezar.

4) Não se desconvocam greves porque entretanto surge a marcação de reuniões negociais. As greves dão força negocial às posições dos professores nessas mesmas reuniões.


5) Se a greve nacional tivesse corrido mal, talvez se percebesse a desconvocação das greves regionais. Mas 94% de adesão? Ou mesmo os estrondosos 61% do Valter Lemos? Mesmo calculando que as greves regionais seriam inferiores (dois dias de salário é diferente de um), bastava que fossem “significativas”. E com a força que os professores têm mostrado, havia todas as razões para confiar.
MEP

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