quinta-feira, dezembro 04, 2008

A partir de hoje. 10 lições a tirar da maior greve de sempre dos professores

1. Quando os professores se mostram unidos têm mais força.
2. O ME tentou .tudo para desmembrar a Plataforma Sindical porque sabe que a divisão enfraquece e desmobiliza.
3. Os sindicatos têm o apoio das bases sempre que as ouvem e actuam em conformidade com os desejos mais profundos delas. É preciso ouvir as bases, estar no meio delas e não se afastar.
4. Os sindicatos são fortes quando sabem interpretar os desejos das bases.
5. Os movimentos independentes são importantes e têm um papel importante a desempenhar no processo de luta. Os professores que lideram os movimentos independentes estão todos os dias nas escolas e por isso estão em melhores condições de interpretar os sentimentos das bases.
6. Mas convém que os movimentos independentes não queiram substituir-se aos sindicatos. São apenas um farol que ilumina a estrada.
7. Ontem, os professores colocaram a fasquia muito alta. Será difícil voltar a igualar uma percentagem tão elevada de adesão à greve. É preciso dar tempo para preparar novas greves nacionais.
8. Os sindicatos e os movimentos têm de ser imaginativos e criativos nas formas de luta. A greve não deve ser banalizada. Há outras formas de luta com elevado impacto mediático e que não têm custos económicos para os professores. As concentrações distritais, as vigílias e as marchas nacionais são uma boa resposta para usar nos períodos seguintes à greve. Aliviam os professores da pressão da greve e preparam as bases para ganharem ânimo para uma nova greve. Não me parece boa ideia uma greve às avaliações. Colocaria os alunos e os pais contra os professores e obrigaria os professores a trabalho suplementar na véspera de Natal. Peço aos sindicatos que não vão por aí.
9. Mais importante do que tudo isso é a resistência interna nas escolas. Como afirmou e bem o "pai da nação", o processo de avaliação está parado. E está. Foram aprovadas moções de suspensão efectiva do processo em mais de 370 escolas e agrupamentos. Na maior parte das outras escolas, o processo também bloqueou. E bloqueou devido à resistência dos professores. O Pedreira pode ameaçar. Que se atreva a mover processos disciplinares às dezenas de milhares de professores que pararam o processo! Seria ridículo e impraticável. Ninguém tem medo disso.
10. É preciso paciência e persistência. Os avaliados têm de continuar a dizer que não querem ser avaliados. Mais importante do que dizer é ficar quieto e concentrar esforços e tempo apenas nas funções lectivas. O Encontro Nacional de Escolas em Luta, a realizar no sábado, em Leiria, constituirá um momento importante no processo de organização da resistência nas escolas. É preciso dizer aos pais e ao país: os professores pararam os procedimentos da avaliação burocrática porque colocaram os interesses dos alunos em primeiro lugar. A primeira missão do professor é ensinar. Não podem dedicar o seu tempo a um processo burocrático que os impede de ensinar bem.
ProfAvaliação

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