À Plataforma Sindical,
C/C
Colegas,
Comunicação Social
Para o Movimento PROmova existem princípios que valem por si mesmos e,
como tal, não são susceptíveis de instrumentalização, de meias-tintas
ou de abdicações pragmáticas, a saber:
1) Batemo-nos por uma avaliação exigente, credibilizada e justa;
2) Estamos, firmemente, convictos que este Modelo de Avaliação,
mercê da sua complexidade burocrática, da sua subjectividade e das
incompatibilidades que pode fazer emergir entre avaliador e avaliado,
não garante a consistência, a credibilidade e a justiça que um modelo
de avaliação deve assegurar e proteger;
3) Rejeitamos a divisão da carreira entre "titulares" e
"professores", especificamente, na forma aleatória e injusta como foi
consumada, através do execrável "Concurso de Acesso a Professor
Titular";
4) Consideramos que só por cegueira, distracção ou auto-interesse
se pode aceitar a bondade e a funcionalidade de um Modelo de Avaliação
que está montado sobre a incontornável injustiça expressa no ponto
anterior.
Por outro lado, repudiamos, liminarmente, quaisquer acusações de
divisão, de desinformação ou de criação de confusão, assim como não
nos revemos em dislates de "ferrador" e muito menos nos verão descer a
tão baixo e desprestigiante nível. Os professores constituem uma
classe com clarividência, que pensa por si própria (nunca acreditámos
em dogmas bafientos de que existem líderes providenciais que decidem,
arrastam ou subjugam a vontade livre e esclarecida dos outros), pelo
que têm a noção plena de quem desbaratou a unidade dos professores e o
seu capital de reivindicação. O problema é que nós gozamos de uma
independência e de uma autonomia de pensamento de que alguns não se
podem vangloriar.
O Movimento PROmova não alinha em mistificações e em habilidades ou
manipulações estatísticas, tenham elas a proveniência que tiverem.
Conhecedores do desapontamento e da indignação que o "Memorando de
Entendimento com o Ministério da Educação" desencadeou nos
professores, empurrando-os para a desmobilização e para o desejo de
não participarem num DIA D esvaziado de sentido, mercê de um
entendimento precipitado e que, desrespeitosamente, se antecipou ao
timing da auscultação das razões e da vontade de persistência dos
professores na luta (Qual era a pressa?!... Tiveram medo das propostas
dos professores?!...), o Movimento PROmova desafia a Plataforma
Sindical, em nome do rigor e da transparência de procedimentos, a
publicar, nos próximos dias, o número exacto e real de professores
que, em cada escola, votou favoravelmente o "(…) Entendimento (…)",
bem como a proporção de professores que, em cada escola, participou no
DIA D e votou a favor do entendimento face ao número total de
professores pertencentes a cada uma dessas escolas ou agrupamentos.
Quer-nos parecer que a forma que muitos docentes encontraram para
manifestarem o seu desânimo, e desacordo, foi a falta de comparência.
Provem-nos o contrário.
Se a informação solicitada não se tornar pública, e fiável, o próprio
Movimento PROmova, pese embora a sua ausência de logística, envidará
todo o seu esforço no sentido de que esse levantamento escola a escola
seja uma realidade fidedigna.
Somos professores, como tal temos um compromisso ético com a verdade e
com o rigor, e, por conseguinte, ficamos todos a aguardar a publicação
destes dados, os quais permitirão escrutinar a real adesão a um acordo
congeminado nas costas dos professores.
Como se pode abdicar, desde logo, da primeira reivindicação da
"suspensão" (não é habitual em negociações deixar cair, logo, a
primeira!...) e dessa forma permitir à tutela continuar a fazer o
discurso de que não ocorreu nenhum recuo e que tudo vai decorrer com a
normalidade prevista? Numa altura em que a equipa ministerial andava,
desesperada e frenética pelo país fora, a transferir o ónus da
remediação das trapalhadas para as escolas, e em que admitiam a
complexidade do modelo e ensaiavam até a sua simplificação, eis que a
Plataforma Sindical impõe o regresso ao tão contestado modelo
original, já a partir de Setembro de 2008! Aí está uma magnífica
habilidade negocial.
A Plataforma Sindical não veio garantir a tranquilidade dos alunos (os
professores portugueses são grandes profissionais e sabem distinguir
os seus planos de actuação, pelo que nunca beliscariam a tranquilidade
dos seus alunos), veio, como é público e notório (vide declarações de
José Sócrates, Maria de Lurdes Rodrigues ou Valter Lemos), assegurar a
tranquilidade ao Governo e ao Ministério da Educação,
administrando-lhes o "calmante" que há muito lhes faltava.
Por fim, alimentamos alguma curiosidade em conhecer quantos
professores solicitaram ou solicitarão, até ao final do mês de Abril,
a sua desvinculação de Sindicatos.
Aquele abraço solidário (com o carácter e a firmeza dos princípios),
PROmova
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