Milhares de professores manifestaram-se ontem em Braga, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança, na primeira das Segundas feiras de protesto. Nestas manifestações os professores reafirmaram que a luta vai continuar.
Hoje, decorre o Dia D, com debate em todas as escolas do país sobre o estado da Escola Pública.
As Segunda feiras de protesto prosseguirão a 21 de Abril no Centro do país, a 28 de Abril na Grande Lisboa e a 5 de Maio no Sul.
Segunda a Lusa, Augusto Ranha, do Sindicato dos Professores do Norte, afirmou em Viana do Castelo que "não há qualquer tipo de acordo" com o Ministério quanto ao estatuto da carreira docente, à divisão dos professores em titulares e não titulares e ao modelo de gestão das escolas proposto, pelo que "a luta vai continuar, já no próximo ano lectivo".
O dirigente sindical acrescentou ainda: "Mesmo em termos de avaliação do desempenho, não há qualquer acordo. Para já, a avaliação vai conhecer uma fase experimental e nada mais que isso. Para o próximo ano, não sabemos qual o modelo que estará em cima da mesa mas se for o mesmo que começou por nos ser apresentado, podem contar com a nossa contestação".
No Porto, os secretários-gerais da FENPROF, Mário Nogueira, e da FNE, João Dias da Silva, afirmaram que o entendimento com o Ministério da Educação (ME) representa apenas uma trégua até ao final do ano lectivo.
Em Vila Real, os professores do movimento "Promova" participaram na concentração, afirmando no entanto o seu descontentamento com o acordo entre a plataforma de sindicatos e o ME.
Octávio Gonçalves, do Promova, afirmou à Lusa: "Este acordo não representa nenhuma vitória para os professores. Mais não fez do que adiar o problema para Setembro".
O professor do Promova disse ainda que a principal reivindicação dos professores que era a suspensão do actual modelo de avaliação "não se verificou", defendeu que a avaliação dos professores deveria ser feita por uma "comissão de avaliação multidisciplinar, proposta pelos departamentos de cada escola e sujeita a uma formação especializada" e salientou por fim a necessidade de "continuar a exercer pressão contra os instalados no auto-interesse e na mediocridade".
No Porto, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira considerou que "este já não é um tempo de unanimismo, pelo que é natural que não haja um acordo total" entre os professores e sublinhou: "Durante três anos foi impossível sequer sentar a senhora ministra à frente dos sindicatos. A maior parte dos colegas está de acordo com o entendimento, que é bom para os professores e que só foi possível com a unidade dos professores, com cem mil professores na rua".
João Dias da Silva, da Federação Nacional da Educação (FNE), afirmou também que "em qualquer matéria o mais provável é não haver unanimidade", mas defendeu que "este entendimento é bom porque permite que o terceiro período possa decorrer em tranquilidade".
"Na generalidade o que temos recebido dos nossos sindicalizados é um forte apoio ao acordado na sexta-feira", disse, admitindo, contudo, que "é natural que um ou outro professor possa estar desencantado com a opção tomada". Esquerda.net
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