terça-feira, abril 15, 2008

Dia D na Escola Secundária de Barcelos

Na Escola Secundária de Barcelos, o Dia D teve uma adesão esmagadora. Não consigo avançar com uma percentagem, mas posso afiançar que a maior parte das turmas não tiveram aulas. Participaram 76 professores numa reunião que se prolongou das 8.30 às 16.30 (com um quarto de hora para café, a meio da manhã, e uma hora para almoço). Discutiu-se e votou-se a moção, que junto de seguida, e trabalhou-se intensamente num carta reivindicativa que ainda não posso avançar, por carecer de vários acertos na redacção.
Apesar de exausta pela maratona (e muitos de nós estivemos, ontem à noite, na manifestação de Braga), sinto-me absolutamente radiante por ter participado numa reunião que mobilizou tantos de nós, e que não se limitou a cumprir agenda: houve discussão séria, houve a partilha de inquietações, houve a apresentação de propostas sérias e reflectidas sobre o que queremos para a nossa avaliação e para o ensino público.
Foi com imenso orgulho na minha classe, personificada naqueles meus colegas, que saí daquela reunião. Faço votos que tenha sido este o sentir de muitas e muitas mais escolas pelo país fora.
Fátima Inácio Gomes
POSIÇÃO
Os professores da Escola Secundária de Barcelos, reunidos em plenário, no dia 15 de Abril, votaram por unanimidade contra a moção apresentada pela Plataforma Sindical dos Professores, nomeadamente no que diz respeito ao “memorando de entendimento” a assinar com o Ministério de Educação.
Esta posição contrária deve-se à recusa em aceitar:
1. a divisão da carreira docente, que fica implícita tacitamente na aceitação do ponto 9;
2. o adiamento do “processo negocial com as organizações sindicais, com vista à introdução de eventuais modificações ou alterações” para o final do ano lectivo de 2009, pois enfraquecerá o poder reivindicativo do movimento de professores durante esse período, comprometendo toda as acções de luta empreendidas desde Janeiro, assim como ratificará (nem que seja apenas durante um ano lectivo) um modelo que nunca foi aceite pela classe docente.
Esta assembleia de professores propõe que, no ano lectivo 2008/2009, se aplique, transitoriamente, o modelo anterior de avaliação, para que, durante esse período de tempo, as comissões responsáveis, a equipa ministerial e os próprios professores trabalhem um novo modelo de avaliação, equilibrado, exequível e respeitador dos direitos e obrigações dos professores.
Por fim, esta assembleia de professores
1. denuncia o distanciamento dos princípios acordados com a Plataforma de Sindicatos, a 8 de Março, e o enunciado do “memorando de entendimento” em apreciação,
2. assume como um direito a exigência de uma avaliação equitativa dos professores contratados e dos professores do quadro em condições de progressão neste ano, pelo que reivindica a aplicação de um modelo de avaliação simplificado único para estes professores, neste ano lectivo,
3. avoca que qualquer acordo que parta de aspectos do Estatuto da Carreira Docente, antes deste ser revisto, não poderá colher a aprovação desta assembleia de professores, que exigem a revisão deste diploma.
Barcelos, 15 de Abril de 2008
Blog Movimento Professores Revoltados

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