Afinal de contas quem é que pode cantar vitória?
Vejo por aí muita gente empolgada com o aparente recuo da ministra relativamente à questão da avaliação docente. Confesso que não percebo o motivo de tanta satisfação. Aliás, gostava até que me explicassem em que medida é que isto resulta numa vitória dos professores, como Mário Nogueira se apressou a dizer. É que a avaliação manter-se-á e, em Setembro, regressará em força sobre as nossas cabeças. Mesmo que fôssemos obrigados a avançar com o processo ainda este ano lectivo, a verdade é que a maioria das escolas não o iria executar pela simples razão de que não estavam preparadas para isso. Muitas delas ainda mal o tinham iniciado o que dado o aproximar do terminus das aulas inviabilizaria qualquer tentativa de implementação do mesmo. Não vejo, por isso, razões para tanto entusiasmo.Independentemente do que atrás foi escrito, é bom relembrar que esta questão da avaliação é uma questão menor na luta dos professores. Pelo menos eu quero pensar que assim seja. Aliás, não foi por ela, ou sobretudo por causa dela, que os cerca de 100.000 professores se manifestaram em protesto no dia 8 de Março. Na altura, valores mais altos se levantavam, e seria imprescindível que sindicatos e todos nós professores tivéssemos isso bem presente. Volto a repetir o que já escrevi em post anterior: as grandes questões da nossa luta são o ECD (nomeadamente, a divisão da carreira em duas categorias), o novo modelo de gestão escolar e o estatuto do aluno. E, neste particular, meus caros colegas, não houve quaisquer recuos, tudo se mantém na mesma. O que significa que não podemos afrouxar a luta, bem antes pelo contrário. Temo que estes “pequenos brindes” dados pelo Ministério da Educação nos retirem lucidez para aquilo que é realmente importante.
segunda-feira, abril 14, 2008
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