5 dicas para subverter o modelo burocrático de avaliação e conduzi-lo ao descrédito total
1. Não há apenas uma forma de luta eficaz. A luta pela alteração do Decreto Lei 15/2007 e do Decreto Regulamentar 2/2008 exige a simultaneidade de várias tácticas: a luta sindical, por meio de marchas e greves, o processo negocial, a subversão interna do processo em cada escola, a resistência passiva contra os adesivos e todos os exagerados e a divulgação pública por todos os meios - jornais e blogs - dos excessos, dos atropelos, das injustiças e das perseguições.
2. Os avaliadores devem pôr-se de acordo sobre os documentos a exigir aos avaliados. Esse acordo deve fixar uma agenda minimalista de forma a que ninguém seja obrigado a fazer mais do que aquilo que a lei obriga. Os avaliados que apresentem mais documentação do que a fixada pelos avaliadores não serão prejudicados nem beneficiados por isso.
3. Esse acordo sobre os mínimos e os máximos deve incluir os seguintes aspectos: número de planificações e aulas assistidas. As planificações exigidas devem ser apenas aquelas que correspondam às aulas assistidas e estas devem ser fixadas por acordo entre o avaliado e os avaliadores. De forma a facilitar a vida a todos os colegas, os planos e os materiais de apoio devem ser divulgados e partilhados na escola e na Internet. Sugiro que façam a divulgação no scribd. Com a divulgação dos planos e dos materiais de apoio na Internet, o tempo que os professores gastam com a fase prévia ao processo de ensino (vulgo preparação das aulas) reduz-se e as energias podem ser aplicadas na relação pedagógica e no processo de ensino. Convém lembrar que as planificações escritas não servem para nada: não acrescentam qualquer mais valia ao processo de ensino e à relação pedagógica. Os planos de aula não necessitam de ser escritos. O processo de planificação pode e deve ser feito mentalmente: leituras, organização das ideias e dos conceitos, faseamento das tarefas e recolha de materiais de apoio. Eu só fiz planificações escritas no estágio. Depois disso, planifico as minhas aulas mentalmente, recorrendo ao processos descrito atrás. Conheço professores que enchem os dossiés de planos escritos extremamente complexos e que são fracos na leccionação e na relação pedagógica. Todos os grandes mestres que eu tive e todos os grandes professores que eu conheci se recusavam a fazer planos de aula escritos. Uma coisa é preparar uma aula; outra é elaborar um plano escrito. O professor não precisa de garrotes. A aula acontece e uma certa margem de liberdade e de espontaneidade é necessária para que aconteçam coisas brilhantes e criativas.
4. Distribuir, na medida do possível, as percentagens de Excelente e de Muito Bom de forma equitativa de modo que todos os professores tenham oportunidades semelhantes, ao longo da sua carreira, de terem o mesmo número de excelentes e de muitos bons. Esta medida é mais fácil de aplicar, como é óbvio, nas escolas pequenas.
5. Melhor ainda do que a dica número 4, seria os avaliadores concordarem em utilizar apenas a menção de Bom para todos os avaliados. Isto exigiria que estes assinassem uma declaração e afirmar que recusam as menções de Excelente e de Muito Bom. Se o movimento alastrar, todo o edifício da avaliação burocrática entrará em ruptura e o descrédito será total.
ProfAvaliação
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