terça-feira, setembro 02, 2008

5 razões que explicam o desastre. Mais de 47 mil docentes sem colocação

O Correio da Manhã Online refere que, dos mais de cinquenta mil professores que se candidataram à contratação para o ano lectivo 2008/09, apenas quatro mil obtiveram colocação, com 47 mil a ficarem de fora. Os números são semelhantes aos do ano passado, quando ficaram por colocar 49 mil dos 55 mil candidatos.

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) fala em "desastre": "O drama maior é que as escolas precisam destes professores, só no critério do Ministério da Educação é que não. E agora vamos ter alguns destes professores a receber subsídio de desemprego quando podiam ser úteis às escolas", afirma Francisco Almeida, do secretariado nacional da Fenprof. O dirigente sindical explica que "as turmas são demasiado grandes e é preciso reduzir o número de turmas por professor, que assim não conseguem estabelecer relações afectivas e pedagógicas".

Já para a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), verifica-se uma "clara insuficiência de oferta educativa" e um "desperdício de muitos profissionais qualificados". Em comunicado, a FNE aponta "lacunas ao nível da cobertura da rede de educação pré-escolar" e fala em "insuficiência de respostas ao nível de vias profissionalizantes do Ensino Secundário, do regime de Educação Especial e do apoio aos estudantes com dificuldades de aprendizagem".

Comentário

Há muitas razões que explicam este desastre.

1. Convém esclarecer que, no ensino secundário, há muitos casos de turmas com mais de 25 alunos.

2. Os alunos com dificuldades de aprendizagem não têm os apoios considerados necessários. O Inglês e a Música não estão incluídos na dimensão lectiva do 1º CEB.

3. Remetidos para as AECs, essas áreas ficam de fora do concurso de recrutamento de professores para vagas residuais.

4. A nova legislação sobre educação especial diminuiu drasticamente o número de alunos com NEE que beneficiam de apoios especializados.

5. Na década de 90 do século passado, os diversos governos deixaram abrir cursos de formação de professores em excesso. Isso aconteceu tanto no ensino superior público como no privado. Não houve a preocupação de regular o oferta de formação.

ProfAvaliação

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