segunda-feira, setembro 01, 2008

O adesivo visto pelo colega António: mais 10 características

1. o adesivo não tem um perfil único e é oriundo de castas muito diferentes sendo, raras vezes, extremamente inteligente e, muitas vezes, um pouco menos dotado;

2. o adesivo ocupa lugares importantes ( CP, Coord de ALGO ou de coisa nenhuma) e funciona sempre em sintonia com o PCE;

3. os membros dos CE´s não Presidentes são geralmente adesivos "rascas, pouco dotados e geralmente burocratodependentes" mas existem alguns simpáticos e atenciosos e excelentes colegas;

4. os adesivos-MOR são uma casta ESTRANHA E MUITO PERIGOSA e julgam-se os DONOS DA ESCOLA;

5. em cada escola, existem apenas 2-3 adesivos-MOR, os quais controlam todos os mecanismos do poder e todas as benesses a distribuir, de conluio com o PCE;

6. em cada escola, existem, em média, cerca de 10% de adesivos MENORES que estão perfeitamente conscientes do que fazem e que usufruem das benesses que emanam dos adesivos-MOR e PCE;

7. em cada escola, existem ainda, em média, 5 a 10% de adesivos -TIPO BARATA TONTA que se reconhecem facilmente por não saberem a diferença entre um decreto-lei e uma circular;

8. alguns destes adesivos são pessoas e professores "honestos e com algum sentido de ética" ( com excepção dos adesivos-MOR)mas não têm forma ? de resistir à pressão sobre eles exercida;

9. ser adesivo não é estar de acordo com a política deste governo e desta ministra, mas antes MANIPULAR O PODER NA ESCOLA, BENEFICIAR DESSE PODER,utilizando-o em proveito pessoal,prejudicando assim os colegas do lado.

10. Em suma, ser adesivo é ser um mau colega, um manipulador, um oportunista, um vira-casacas; embora com graduações diferentes um adesivo é SEMPRE ALGUÉM COM GRANDE SENTIDO DE OPORTUNIDADE.

António

Comentário

Que excelente texto! Certeiro, subtil e rigoroso! Convido os colegas a acrescentarem mais características. Mas, por favor, sejam subtis e não façam acusações pessoais. Temos de saber distinguir a pessoa das ideias e atitudes. O combate contra os adesivos não é contra a pessoa, mas contra as ideias e atitudes. Não se pretende aumentar o nível de conflitualidade nas escolas nem a animosidade contra os adesivos. O objectivo é reduzir os efeitos nefastos da acção dos adesivos sobre os colegas que o não são. E sobretudo mostrar aos adesivos o quanto estão errados e de que há formas de respeitar a legislação sem exercer repressão sobre os colegas. Há muitos PCEs que são excelentes colegas e que detêm um conjunto de qualidades humanas que os impedem de ser adesivos. Ser PCE e ser contra os adesivos é algo de muito apreciável. Por enquanto, ainda há alguns. Logo que os directores tomem conta das escolas, todo o panorama vai mudar. A partir dessa altura, o director deixa de ser colega: é um mero serventuário do poder. Não sendo eleito pelos professores e estando completamente dependente da DRE, o futuro director é, por essência, um adesivo. Os professores que não são adesivos têm de o/a considerar com aquilo que ele/ela é: adesivo e serventuário do poder. É preciso não esquecer que o futuro director terá o poder de designar os membros do conselho pedagógico e os coordenadores de departamento. Como é fácil de antecipar, o futuro director irá designar adesivos para ocuparem todos os cargos de coordenação pedagógica da escola. E, então, a adesivagem exercerá um domínio total sobre a comunidade educativa. Nessa altura, a adesivagem tem de ser encarada como aquilo que realmente é: aliada do patronato/ME e estrutura intermédia de controlo burocrático dos restantes professores. Os adesivos que ocuparão os cargos de coordenação pedagógica da escola estarão ao serviço do director e este ao serviço da DRE: constituirão uma hierarquia de controlo e repressão. É verdade que, em teoria, o director pode não ter adesivos em número suficiente para ocuparem todos os cargos de coordenação pedagógica da escola. Nesse caso, será obrigado a designar um ou outro professor titular não adesivo. O problema que se vai colocar ao coordenador de departamento não adesivo é complexo: colocar-se ao lado dos colegas ainda que essa atitude o leve a entrar em ruptura com o director ou transformar-se em adesivo para evitar ser vítima da repressão do director. Estou em crer que a maioria dos coordenadores de departamento não adesivos terão muita dificuldade em optar pela primeira posição.

ProfAvaliação

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