Ainda a luta anti-portagens no AlgarveProtesto silencioso anti-portagens entupiu vários quilómetros da EN 125 | ||
Aquilo que seria um buzinão contra as portagens, acabou por se transformar numa marcha lenta pouco ruidosa entre as localidades de Boliqueime e Alcantarilha, com as filas de trânsito a prolongar-se por vários quilómetros na EN125. Apesar de, à hora marcada para o início do protesto contra a introdução de portagens na Via do Infante, os manifestantes, em Boliqueime, não ultrapassarem a dezena e de as buzinadelas se ouvirem de tempos a tempos, os congestionamentos vieram depois. É que, com a deslocação da caravana de protesto para a zona de Alcantarilha, juntamente com a adesão de outros manifestantes, em especial na zona da Guia, as filas de trânsito foram engrossando, de tal forma que um percurso de seis quilómetros entre a localidade de Boliqueime e o primeiro cruzamento de Albufeira demorou mais de 30 minutos a ser percorrido. O cenário contrastava, contudo, com as entradas e saídas das cidades de Faro e Portimão onde, além da fraca adesão ao buzinão, o trânsito era o considerado normal para uma sexta-feira à tarde. Em declarações ao «barlavento», já depois do término da manifestação, por volta das 20h00, o líder da Comissão de Utentes da Via do Infante, entidade organizadora do protesto, disse terem-se juntado à marcha lenta «centenas de automobilistas». O balanço final de João Vasconcelos contrastou com as perspetivas estimadas duas horas antes, quando havia afirmado que as apenas duas dezenas de participantes iniciais podiam ser justificadas com o mau tempo que se fazia sentir e com o curto prazo de divulgação do buzinão. No futuro, João Vasconcelos garantiu que outros meios de contestação estão a ser equacionados, não estando excluídas «ações mais duras», como o condicionamento de estradas. Na mesma linha, lamenta que a Comunidade Intermunicipal do Algarve (Amal) tenha encostado as iniciativas da Comissão de Utentes da Via do Infante a forças políticas, nomeadamente ao Bloco de Esquerda, partido no qual Vasconcelos desempenha atualmente as funções de coordenador regional. «A comissão está aberta a forças de todos os quadrantes e estamos aliás numa posição de alargamento de contactos. O nosso objetivo final é o de que não venham a ser cobradas portagens na A22, independentemente da requalificação da EN 125», concluiu. Esta manifestação contra a introdução de portagens na Via do Infante decorreu em paralelo com outras, a nível nacional, promovidas pelas várias comissões de utentes das até agora vias sem custos para o utilizador (Scut). Acontece também na mesma semana em que os 16 presidentes de Câmara do Algarve se mostraram dispostos a aceitar o pagamento da A22 depois de terminadas as obras de requalificação da EN125, o que deverá suceder até Julho de 2012. Depois de meses de impasse, a decisão de cobrar de portagens nas vias sem custo para o utilizador (Scut) ainda isentas foi formalizada a 9 de Setembro, através de uma resolução do Conselho de Ministros. Na Via do Infante, as portagens serão introduzidas até ao dia 15 de Abril de 2011. Durante um ano, estará em vigor um regime de isenções para as primeiras dez utilizações mensais. Atualmente, está em circulação uma petição online contra a introdução de portagens, que será depois apresentada à Assembleia da República. As redes sociais têm igualmente sido utilizadas para divulgar as ações de protesto. Filipe Antunes |
sábado, outubro 16, 2010
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