França: “Um novo Maio de 68 é possível”
No quarto dia consecutivo de protestos, o porta-voz do NPA, Olivier Besancenot, diz que as pessoas voltam a acreditar que é possível vencer. Todas as refinarias do país estão paradas e mais de 300 liceus mobilizados.Esquerda.net, 15 de outubro de 2010
Todas as 12 refinarias de França estão paralisadas pela greve dos seus trabalhadores, o que fez crescer o temor de que comecem a faltar combustíveis. Além disso, desde a manhã desta sexta-feira, o oleoduto que abastece os aeroportos de Paris está bloqueado. Aos grevistas do sector de combustíveis juntam-se agora os camionistas, cujo sindicato apelou aos seus filiados a unirem-se aos protestos.
A luta contra o aumento da idade da reforma conta ainda com a mobilização daqueles que, em teoria, muito pouco preocupados deveriam estar com a questão: os jovens estudantes, que levantaram essa bandeira e não parecem estar dispostos a baixá-la. Segundo o Le Monde, são 306 liceus em todo o país afectados por alguma forma de greve, e cujos estudantes se mobilizam. Nalguns casos, com o apoio dos pais: em Montreuil, nos arredores de Paris, uma manifestação de estudantes e pais diante da câmara protestou contra a violência policial do dia anterior. Na quinta-feira, um estudante foi ferido com alguma gravidade ao ser atingido por uma bala de borracha, que lhe provocou um descolamento de retina.
Acreditar que é possível vencer
Foi esta grande mobilização jovem que levou Olivier Besancenot, porta-voz do Novo Partido Anticapitalista, a afirmar ao Le Monde que “Um novo Maio de 68 é possível”. Para ele, as pessoas voltam a acreditar que é possível vencer.
Entretanto, a polícia desalojou sem incidentes os grevistas de três depósitos de combustíveis que estavam bloqueados. Bernard Thibault, secretário-geral da CGT, advertiu que o uso da força não é o método que vai permitir sair do impasse, e que não pretende parar o país, mas “forçar a discussão sobre o futuro das nossas pensões.”
O ministro do Interior, Brice Hortefeux, diante da repercussão que adquiriu o caso do estudante ferido em Montreuil, pediu à polícia para que “limite o uso da força ao estritamente necessário.”
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