Ainda a luta contra as portagens na via do Infante
Algarve mobiliza-se contra as portagens na A22
O previsível fiasco, afinal não o foi. Gradualmente, centenas de automobilistas entupiram a EN125. “Portagens na A22 – O Algarve não paga!» era o tema do cartaz que mais circulava nos inúmeros veículos que aderiram ao buzinão e marcha lenta, promovidos pela Comissão de Utentes da A22, na passada sexta-feira, no âmbito do protesto nacional contra as portagens nas SCUT.
No Algarve, a manifestação fez-se de Boliqueime a Alcantarilha, unindo centenas de automobilistas à mesma causa: a luta contra as portagens na Via do Infante. E, apesar da chuva, muitos não ficaram indiferentes ao apelo e participaram na manifestação que congestionou a EN 125.
Embora a AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, se tenha recusado a participar no protesto por considerar que este tinha como base uma questão partidária a favor do Bloco de Esquerda, visto o mentor da comissão ser João Vasconcelos, deste partido, o responsável garantiu, ao semanário «O Algarve» que “a manifestação prova que isto não é uma questão partidária. Antes pelo contrário”. “Isto é transversal a todos os partidos, a todas as pessoas e empresas que aqui estão a protestar, numa mobilização que ultrapassou grandemente as nossas expectativas, principalmente num dia de chuva como este”, sublinhou, considerando a posição da AMAL “estranha” e que só a entende “como uma forma de tentar desmobilizar o protesto dos cidadãos algarvios”.
Quanto ao facto de a AMAL pretender aceitar as portagens na Via do Infante, após a requalificação da EN125, João Vasconcelos realçou que “isso é inadmissível”. “Nós não aceitamos. Aliás, contraria todas as posições anteriores de alguns presidentes de Câmara, que garantiram não aceitar as portagens”, frisou o responsável, salientando que não entende “esta reviravolta de um momento para o outro”, mas que acredita que “o bom senso vai imperar”. “Juntos, vamos fazer pressão e mais acções de protesto. Estou convencido de que vamos impedir as portagens na Via do Infante”, reforçou.
O responsável garantiu ainda que “caso outras manifestações sejam decretadas, seja por quem for, a comissão irá aderir, desde que sejam contra as portagens”, lembrando que “o êxito deste primeiro protesto está à vista de todos”.
Para João Vasconcelos, mesmo com a requalificação da EN125, “esta continua a não constituir qualquer alternativa credível à Via do Infante”, recordando o congestionamento que esta manifestação causou na 125. “Se a Via do Infante for portajada, vamos assistir ao congestionamento automóvel quase todos os dias”, declarou, sublinhando que “esta é uma causa justa, que luta contra a situação deprimente do Algarve, onde há inúmeras empresas a fechar e demasiados desempregados”. Para além disso, o responsável disse ainda que “a medida dará mais uma machadada no turismo, na economia e na vida das pessoas, porque é mais um imposto a pagar”.
Entretanto, a comissão garante que vai continuar a contactar associações, partidos e Governo, tendo constituído já uma petição contra as portagens, para ser discutida na Assembleia da República, que tem já cerca de 5.000 subescritores.
In O Algarve
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